Sexta-feira, 28 de março de 2025
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MAIOR GOLPISTA

'Marcelo Vip' tenta se livrar de crime por que médicos não caíram no golpe por telefone

O estelionatário mais conhecido do Brasil, Marcelo Nascimento Rocha, o 'Marcelo Vip', tenta na Justiça se livrar de uma condenação por tentar dar golpes em médicos em Mato Grosso. O argumento: as vítimas não caíram no golpe e, sem o crime consumado, não há como se falar em condenação.

'Marcelo VIP' ficou conhecido internacionalmente após aplicar golpes para manter uma vida de luxo no começo dos anos 2000. Ele chegou a se passar pelo filho do proprietário da Gol, Henrique Constantivo, e concedeu entrevista ao apresentador Amaury Júnior como se fosse sócio da empresa. 

Ele foi preso 9 vezes em vários estados e foi representado no filme 'Vips, Histórias Reais de Um Criminoso', onde foi interpretado pelo ator Wagner Moura. Atualmente, vive em Mato Grosso e promove festas e shows. 

No caso julgado pela Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá, Marcelo e as servidoras públicas Hellen Cristina Carmo de Lima e Patrícia Aparecida Ferreira são acusados de tentar aplicar golpes contra médicos na Capital em 2010.

As servidoras da então Secretaria de Estado de Administração (SAD) passavam os telefones dos médicos para Marcelo, que entrava em contato e se identificava como auditor da Receita Federal. O golpista afirmava que um aparelho pertencente ao médico seria levado a leilão pela Receita Federal, a menos que o profissional comprasse o equipamento a 'preço de custo'.

'Aduz que o crime de estelionato apenas não se consumou porque as vítimas não efetuaram o depósito na conta indicada pelo requerido Marcelo Nascimento da Rocha. Assevera que a conduta dos demandados importa em ato de improbidade administrativa', diz trecho do despacho.

Marcelo alegou à Justiça que 'nenhuma das pretensas vítimas sofreram qualquer lesão na sua esfera patrimonial, muito menos ainda, portanto, o ente público', por isso ele não deveria ser julgado pelo crime de estelionato.

Ele também questionou as provas apresentadas, pois, segundo a defesa, não há como provar que a voz nas gravações telefônicas eram dele. 'Ademais, não há que se falar em ausência de justa causa, uma vez que a inicial foi recebida justamente pela demonstração de indícios de cometimento de ato de improbidade administrativa', diz trecho da decisão.

Marcelo e as servidoras terão 15 dias para apresentar novas provas e também mais testemunhas para o caso. Também foi expedido pedido para que o governo do Estado envie informações se foi instaurado processo administrativo para apurar a conduta das funcionários públicas e as conclusões, caso o procedimento tenha sido realizado.

 
 
 
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