Sbado, 26 de abril de 2025
informe o texto

FEMINICDIO

Acusado de matar estudante de Direito pega 22 anos de priso em Cuiab


Identificado nas investiga§µes da Pol­cia Civil, realizadas pela Delegacia Especializada de Homic­dios e Prote§£o Pessoa (DHPP), Izomauro Alves de Andrade foi condenado a 22 anos e quatro meses de reclus£o pelo feminic­dio e oculta§£o de cad¡ver da estudante de Direito, Lucimar Fernandes Arag£o, de 40 anos, com quem mantinha um relacionamento na ©poca dos fatos.

O crime ocorrido em maio de 2020, em Cuiab¡, chama aten§£o uma vez que o corpo da v­tima nunca foi localizado. O julgamento, presidido pela ju­za M´nica Catarina Perri Siqueira, foi realizado na ter§a-feira (26.07), com condena§£o da pena em regime fechado.

As investiga§µes da DHPP perduraram mais de seis meses e inclu­ram diversas diligências, an¡lise de informa§µes, depoimentos, buscas e escava§µes para apurar o desaparecimento de Lucimar, sendo conclu­do que a estudante de direito foi morta pelo ex-companheiro, de 39 anos, que ocultou seu corpo ap³s o crime.

O delegado Fausto Freitas, respons¡vel pela conclus£o do inqu©rito, destacou que a condena§£o do indiciado © resultado de uma investiga§£o bem-sucedida realizada pela equipe da DHPP, uma vez que se tratou do julgamento de um homic­dio que o corpo n£o foi localizado, mesmo ap³s dois anos do crime.

€œCom todo o material coletado, foi poss­vel concluir a investiga§£o de um crime contra a vida, ainda que n£o se tenha o corpo ou restos mortais. Foi investiga§£o complexa, mas o aparato tecnol³gico disposi§£o da Pol­cia e as evidências encontradas n£o impedem a responsabiliza§£o do investigado€.

Investiga§µes

Ap³s o desaparecimento de Lucimar, em maio de 2020, a m£e dela procurou a Pol­cia Civil em agosto para informar que n£o tinha mais not­cias da filha, que n£o ficava um tempo t£o longo sem contato, e o celular estava desligado. A m£e informou ainda, na ©poca do registro do desaparecimento, que foi at© a residência de Lucimar e encontrou a casa e o carro com aspectos de abandono.

A partir da ocorrência registrada no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, a Pol­cia Civil iniciou as buscas pelo paradeiro da v­tima, sendo instaurado inqu©rito cuja principal linha de investiga§£o levou ao namorado com quem ela manteve um relacionamento conturbado. Pouco menos de um mês antes de Lucimar desaparecer, o investigado foi preso por violência dom©stica praticada contra ela e passou a ser monitorado por tornozeleira eletr´nica.

Desaparecimento

No inqu©rito policial conduzido inicialmente pelo delegado Anderson Veiga, foram anexadas evidências de que o último sinal real de vida da v­tima foi registrado entre a madrugada de 17 para 18 de maio do ano passado.

Conforme registros telef´nicos analisados, entre quatro e cinco horas da manh£ ela fez contato com um amigo dizendo que brigou com o namorado e estava com medo de ser agredida. Mais outras três tentativas de liga§µes foram feitas do celular de Lucimar, uma delas para o número 190, liga§£o que foi interrompida. A partir de ent£o, n£o se teve mais contato dela.

As investiga§µes levantaram v¡rias contradi§µes e mentiras nas declara§µes do suspeito, que alegou n£o ter procurado a pol­cia ap³s constatado o alegado desaparecimento da v­tima porque ela j¡ teria sumido outras vezes. Ele ainda alegou que tentou falar com Lucimar por telefone e aplicativo de mensagens, o que foi constatado na apura§£o da DHPP que era mentira, pois n£o foram encontradas evidências dessas tentativas de liga§£o ou envio de mensagens.

Buscas na casa

A casa da v­tima, no bairro Parque Ge³rgia, pode ter motivado a desaven§a entre ela e o suspeito do crime. A apura§£o sobre o desaparecimento constatou que Lucimar tinha informado a um amigo que pediu ao suspeito para sair do im³vel que ela havia comprado, mas que ele havia se negado a deixar a casa.

No im³vel, a equipe do NPD realizou buscas, com mandado judicial, inclusive com escava§µes para procurar vest­gios do corpo da v­tima, mas nada foi localizado. No carro dela que estava na casa, uma camionete modelo S10, foram encontrados vest­gios de sangue humano, que foi coletado para exame pericial e confronto gen©tico para confirmar se © da v­tima ou n£o. Exame est¡ andamento na Politec. A casa estava em constru§£o e o rebocamento e pintura de paredes, assentamento de pisos pode ter ocultado vest­gios do crime.

Pris£o do suspeito

O homem investigado foi preso no final de janeiro de 2021, ap³s diligências da DHPP para localiz¡-lo e cumprir o mandado expedido pela 1a Vara Especializada da Violência Dom©stica de Cuiab¡ com base em pedido do Minist©rio Público, que viu ind­cios de autoria e materialidade delitiva.

Ele ficou escondido inicialmente em uma fazenda no munic­pio de C¡ceres, onde a equipe policial realizou um cerco para prendê-lo, mas ele conseguiu escapar. Posteriormente, ele veio para V¡rzea Grande, onde se escondeu no apartamento de um familiar, contudo, foi localizado pela equipe do NPD. Em interrogat³rio, o homem de 39 anos negou o crime.

O investigado foi indiciado pelos crimes de homic­dio com qualificadora em feminic­dio e oculta§£o de cad¡ver. Ele tem antecedentes criminais por homic­dio, roubo, sequestro e c¡rcere privado, furto, violência dom©stica, e uma condena§£o por homic­dio.


 
 
 
Sitevip Internet