FEMINICDIO
27/07/2022 - 14:44
Identificado nas investiga§µes da Polcia Civil, realizadas pela Delegacia Especializada de Homicdios e Prote§£o Pessoa (DHPP), Izomauro Alves de Andrade foi condenado a 22 anos e quatro meses de reclus£o pelo feminicdio e oculta§£o de cad¡ver da estudante de Direito, Lucimar Fernandes Arag£o, de 40 anos, com quem mantinha um relacionamento na ©poca dos fatos.
O crime ocorrido em maio de 2020, em Cuiab¡, chama aten§£o uma vez que o corpo da vtima nunca foi localizado. O julgamento, presidido pela juza M´nica Catarina Perri Siqueira, foi realizado na ter§a-feira (26.07), com condena§£o da pena em regime fechado.
As investiga§µes da DHPP perduraram mais de seis meses e incluram diversas diligências, an¡lise de informa§µes, depoimentos, buscas e escava§µes para apurar o desaparecimento de Lucimar, sendo concludo que a estudante de direito foi morta pelo ex-companheiro, de 39 anos, que ocultou seu corpo ap³s o crime.
O delegado Fausto Freitas, respons¡vel pela conclus£o do inqu©rito, destacou que a condena§£o do indiciado © resultado de uma investiga§£o bem-sucedida realizada pela equipe da DHPP, uma vez que se tratou do julgamento de um homicdio que o corpo n£o foi localizado, mesmo ap³s dois anos do crime.
€œCom todo o material coletado, foi possvel concluir a investiga§£o de um crime contra a vida, ainda que n£o se tenha o corpo ou restos mortais. Foi investiga§£o complexa, mas o aparato tecnol³gico disposi§£o da Polcia e as evidências encontradas n£o impedem a responsabiliza§£o do investigado€.
Investiga§µes
Ap³s o desaparecimento de Lucimar, em maio de 2020, a m£e dela procurou a Polcia Civil em agosto para informar que n£o tinha mais notcias da filha, que n£o ficava um tempo t£o longo sem contato, e o celular estava desligado. A m£e informou ainda, na ©poca do registro do desaparecimento, que foi at© a residência de Lucimar e encontrou a casa e o carro com aspectos de abandono.
A partir da ocorrência registrada no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, a Polcia Civil iniciou as buscas pelo paradeiro da vtima, sendo instaurado inqu©rito cuja principal linha de investiga§£o levou ao namorado com quem ela manteve um relacionamento conturbado. Pouco menos de um mês antes de Lucimar desaparecer, o investigado foi preso por violência dom©stica praticada contra ela e passou a ser monitorado por tornozeleira eletr´nica.
Desaparecimento
No inqu©rito policial conduzido inicialmente pelo delegado Anderson Veiga, foram anexadas evidências de que o último sinal real de vida da vtima foi registrado entre a madrugada de 17 para 18 de maio do ano passado.
Conforme registros telef´nicos analisados, entre quatro e cinco horas da manh£ ela fez contato com um amigo dizendo que brigou com o namorado e estava com medo de ser agredida. Mais outras três tentativas de liga§µes foram feitas do celular de Lucimar, uma delas para o número 190, liga§£o que foi interrompida. A partir de ent£o, n£o se teve mais contato dela.
As investiga§µes levantaram v¡rias contradi§µes e mentiras nas declara§µes do suspeito, que alegou n£o ter procurado a polcia ap³s constatado o alegado desaparecimento da vtima porque ela j¡ teria sumido outras vezes. Ele ainda alegou que tentou falar com Lucimar por telefone e aplicativo de mensagens, o que foi constatado na apura§£o da DHPP que era mentira, pois n£o foram encontradas evidências dessas tentativas de liga§£o ou envio de mensagens.
Buscas na casa
A casa da vtima, no bairro Parque Ge³rgia, pode ter motivado a desaven§a entre ela e o suspeito do crime. A apura§£o sobre o desaparecimento constatou que Lucimar tinha informado a um amigo que pediu ao suspeito para sair do im³vel que ela havia comprado, mas que ele havia se negado a deixar a casa.
No im³vel, a equipe do NPD realizou buscas, com mandado judicial, inclusive com escava§µes para procurar vestgios do corpo da vtima, mas nada foi localizado. No carro dela que estava na casa, uma camionete modelo S10, foram encontrados vestgios de sangue humano, que foi coletado para exame pericial e confronto gen©tico para confirmar se © da vtima ou n£o. Exame est¡ andamento na Politec. A casa estava em constru§£o e o rebocamento e pintura de paredes, assentamento de pisos pode ter ocultado vestgios do crime.
Pris£o do suspeito
O homem investigado foi preso no final de janeiro de 2021, ap³s diligências da DHPP para localiz¡-lo e cumprir o mandado expedido pela 1a Vara Especializada da Violência Dom©stica de Cuiab¡ com base em pedido do Minist©rio Público, que viu indcios de autoria e materialidade delitiva.
Ele ficou escondido inicialmente em uma fazenda no municpio de C¡ceres, onde a equipe policial realizou um cerco para prendê-lo, mas ele conseguiu escapar. Posteriormente, ele veio para V¡rzea Grande, onde se escondeu no apartamento de um familiar, contudo, foi localizado pela equipe do NPD. Em interrogat³rio, o homem de 39 anos negou o crime.
O investigado foi indiciado pelos crimes de homicdio com qualificadora em feminicdio e oculta§£o de cad¡ver. Ele tem antecedentes criminais por homicdio, roubo, sequestro e c¡rcere privado, furto, violência dom©stica, e uma condena§£o por homicdio.