EXCLUSIVO
28/07/2022 - 08:22
O ex-deputado estadual Mauro Savi está atuando como colaborador do Ministério Público Estadual (MPMT) e da Polícia Civil nas investigações em que está envolvido ou teve conhecimento.
J1 AGORA teve acesso, com exclusividade, a um documento relacionado a um inquérito que começou no Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e hoje se encontra na Delegacia de Combate a Corrupção (Deccor). Neste inquérito, o ex-deputado é colocado como colaborador das investigações.
O ex-parlamentar, que atuou na Assembleia Legislativa entre 2003 e 2019, chegou a ser um dos mais influentes no Estado no período. Ocupou cargos relevantes na Mesa Diretora, chegando a assumir o comando da Assembleia durante afastamento do ex-deputado José Riva da presidência, e a primeira-secretaria com a ida de Sérgio Ricardo ao Tribunal de Contas do Estado.
Além de força dentro do parlamento, Savi também detinha influência junto ao Poder Executivo. Nas gestões de Blairo Maggi (2003-2010) e Silval Barbosa (2010-2014), por exemplo, era o responsável por indicar o presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
Sob 'indicação' do ex-deputado, Teodoro Moreira Lopes 'Doia', Gian Castrillon e Eugênio Destri comandaram o órgão.
Por conta da sua influência, Savi também foi envolvido em operações de combate a corrupção. Por exemplo, é réu em ações de improbidade sobre esquemas envolvendo contratos da Assembleia Legislativa e gráficas. Também foi denunciado na Operação Ventríloquo, que apura pagamento de propina após a Assembleia Legislativa pagar uma dívida com o HSBC.
Savi também é réu e chegou a ser preso na 'Operação Bereré'. A operação apurou esquema de pagamento de propina relativo a um contrato firmado no Detran de Mato Grosso. A operação teve como base a delação premiada de Teodoro 'Doia', indicado de Savi para presidir o órgão.
Na ocasião, também foi preso o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, o executivo Valter José Kobori, além de assessores parlamentares. Os deputados estaduais Wilson Santos (PSDB) e Eduardo Botelho (União) são réus na operação.
Agora na condição de colaborador, pode contar com benefícios que a lei oferece, como redução ou até extinção de pena e a possibilidade de não cumprir qualquer tipo de condenação na prisão.