Advogado de médica cita 'falta de transparência' e pede à Câmara afastamento de secretária de Saúde

O advogado Marcos Vinícius Borges protocolou, nesta segunda-feira, pedido de afastamento da secretária de Saúde de Sinop, Daniela Galhardo. O motivo é a demora da pasta em fornecer documentos requeridos pela defesa da médica afastada após a morte da criança Manoela Tecchio, de apenas 3 anos.

Desde que a morte ganhou o noticiário, a médica foi afastada das atividades e passou a responder sindicância determinada pela Secretaria de Saúde. Inclusive, ela prestará depoimento nesta terça-feira.

No documento requerendo o afastamento da secretária, o advogado cita que, até o momento, apenas sua cliente foi afastada, enquanto outros profissionais prestaram atendimento à criança. 'A maneira que eles vêm ocultando informações e documentos da defesa, ocultando os outros dois médicos que atenderam a menina e induzindo a população a acreditar que a médica afastada foi a responsável pela morte da criança... É por todo esse contexto que requeremos o afastamento da secretária', diz o advogado.

Ao J1Agora, Marcos Vinícius Borges citou que declarações da secretária também comprometeram sua cliente perante a opinião pública. 'Agiu de maneira irresponsável ao vir a público falar sobre o tempo de experiência da médica. Isso induz o público a praticamente condená-la', colocou.

Segundo o advogado, o pedido de afastamento da secretária é temporário. 'Não queremos a cabeça dela, mas que seja afastada pelo mesmo período da sindicância. Senão, não vejo que será um trabalho de maneira transparente', observou.

O requerimento foi protocolado no gabinete de cada vereador. Eles prometem dar encaminhamento ao caso e repercuti-lo na sessão desta segunda-feira (20).

Paralelo ao trabalho de sindicância, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a morte da pequena Manoela. Os trabalhos ainda estão em fase inicial, mas o advogado Marcos Vinícius garantiu que sua cliente vai prestar os esclarecimentos necessários.

CASO

A menina Manoella Tecchio, 3 anos, morreu na Unidade de Pronto Atendimento de Sinop (UPA 24h), em Sinop, no dia 7 de março. Ela deu entrada na unidade de saúde com queixa de deficiência respiratória, tendo, em poucas horas, um agravamento do seu quadro clínico.

De acordo com a direção da unidade, todos os protocolos médicos foram aplicados, no entanto, na madrugada do dia 08 de março, a paciente evoluiu a óbito.

A morte dela repercutiu na cidade. Familiares estão cobrando punição severa à equipe médica que atendeu a criança, bem como da direção da unidade.