MÁFIA DO FISCO
04/06/2023 - 08:00
Mais um imóvel no nome de Sebastião Douglas Sorge Xavier, integrante do esquema conhecido como 'Máfia do Fisco', foi liberado para o verdadeiro dono após comprovação perante à Justiça. Os bens dele estão bloqueados desde 2018 e esse é o terceiro caso em que o Judiciário libera o imóvel por ter sido comprovada a venda anterior ao bloqueio. Dessa vez a ação se refere à uma casa em São Paulo.
Segundo os atuais donos do imóvel, a venda foi realizada em 1998, mas a casa não foi passada para o nome dos proprietários por causa dos altos gastos com a compra. O casal foi adiando essa transferência até ser surpreendido 20 anos depois, em 2018, com o bloqueio do imóvel.
Eles apresentaram à Justiça os comprovantes da posse, como contas de energia elétrica, IPTU e fatura de telefonia, que demonstram que eles ocupam o imóvel em questão. A decisão de liberar a casa é do juiz Bruno D'Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletivas.
'Isso porque a exigência da formalidade do registro não deve ser absoluta, sob pena de desprezar as mais diversas situações de fato, podendo ser afastada diante das circunstâncias fático-probatórias do caso concreto. A doutrina e a jurisprudência de nossos tribunais atestam que, diante da informalidade existente nas relações translativas de propriedade de bens em nosso país, se deve proteger o direito do terceiro que, adquirindo imóvel licitamente e de boa-fé, deixa de proceder ao registro imobiliário ou demora para realizar esse registro, agindo, de fato, como proprietário do bem', argumentou o magistrado.
E que, 'a indisponibilidade foi lançada mais de 20 anos após a transação de compra e venda, restando provado que a constrição que recaiu sobre o bem é indevida, razão pela qual a procedência do pedido é medida que se impõe'.
A 'Máfia do Fisco' foi um esquema realizado entre 1997 e 1999 que teve como resultado a sonegação de R$ 47 milhões em impostos. Na época foram concedidos incentivos fiscais, ou seja, quando a empresa é beneficiada com desconto de imposto, para empresas que não preenchiam os requisitos, mas que eram escolhidas por pagarem propina.
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