O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, recebeu denúncia contra três suspeitos presos na Operação Castelo de Areia, em junho deste ano, por fazerem parte da rede de tráfico de drogas em Rosário Oeste (128 km ao norte de Cuiabá). Eles são membros do Comando Vermelho e monopolizavam o tráfico na região, onde para vender a droga os "lojistas" deviam para uma taxa mensal para a facção.
Inicialmente foram identificados 33 criminosos que atuavam no grupo, no entanto, nesse primeiro momento o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou três deles que são apontados como os líderes do crime organizado na região.
"Apóstolo", "Príncipe" e "Branquinho" passam a ser réus pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa. "(...) anoto que as provas mencionadas na denúncia são elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal, tendo em mente que nesta fase processual o juízo é de prelibação e o princípio vigente é 'in dubio pro societate'".
"Diante disso, considerando o teor do aludido aditamento, recebo-o como inicial acusatória, a qual satisfaz todos os requisitos legais, uma vez que amparada em indícios de autoria e materialidade, atendendo ao disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal, sem incidência de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 395 do CPP", diz trecho da decisão.
Segundo as investigações, além de coordenarem o tráfico de drogas na cidade, os líderes também ordenavam execuções de pessoas que não seguissem as regras estabelecidas pelo Comando Vermelho. Os três que passaram a ser réus tinham papéis de gerentes, fazendo a administração das vendas para as "bocas de fumo" e também dando ordens ao restante do grupo.
De acordo com a Polícia Civil o líder do grupo está preso em uma penitenciária de Várzea Grande, de onde recebia informações e extratos bancários com a movimentação realizada com a venda de drogas na região. Entre as exigências da facção estava o pagamento de R$ 100 mensais daqueles que desejassem vender drogas na cidade.