O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a prisão de quatro integrantes do Comando Vermelho em Tangará da Serra (239 kma médio-norte de Cuiabá) acusados de planejar e executar um "salve" em uma adolescente de 15 anos que teve a língua cortada para dar informações sobre o ex-namorado, que é membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O crime foi registrado em janeiro deste ano. A menor foi ameaçada com uma arma de fogo, foi torturada e acabou tendo parte da língua cortada com um canivete para confessar o paradeiro do ex-namorado. As agressões foram realizadas em frente aos familiares da adolescente.
O mandante do crime, conhecido como "Meia-Noite" já estava preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) quando o "salve" foi cometido. De dentro da cadeia ele ordenava o que os membros deveriam fazer e depois cobrava a prestação de contas das atividades criminosas.
Em sua decisão o magistrado afirma que "nenhuma outra medida cautelar é capaz de produzir os efeitos desejados e suficientes à garantia da ordem pública", o que torna a prisão ainda necessária.
E que "no que toca à necessidade da segregação cautelar, vale reafirmar que ela reside na garantia da ordem pública, em decorrência, sobretudo, da gravidade in concreto dos ilícitos supostamente perpetrados pelos acusados. Deveras, as condutas perpetradas pelos acusados, em tese, superaram em muito a gravidade já acentuada do crime de tortura".
"Isso porque, o crime se deu em face de vítima mulher, com a apenas 15 anos de idade, a qual, por ser ex-namorada de um desafeto de facção rival, acabou sendo ameaçada por diversos agentes portando armas de fogo, vindo a ser torturada na presença de seus familiares, culminando tal ato na mutilação de sua língua, a qual teve boa parte cortada por um canivete", enfatizou ainda o magistrado.