Uma decisão da juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal, manteve a prisão de três integrantes do Comando Vermelho em Alta Floresta (803 km ao norte de Cuiabá). Eles estão detidos desde novembro de 2022 e respondem pelos crimes de tortura mediante sequestro e porte ilegal de arma de fogo.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o trio é acusado de realizar uma sessão de tortura de mais de uma hora com um jovem que teria desobedecido as regras da facção, em uma ação conhecida como "salve".
Para manter a prisão dos três, a magistrada argumentou que "observa-se a natureza grave das lesões provocadas na vítima, o emprego ostensivo de arma de fogo para atemorizá-la ainda mais e impedir eventual resposta defensiva, somados ao longo período da sessão de tortura (mais de uma hora), sinalizam a gravidade concreta da conduta, constituindo fatores reais de da manutenção da ordem prisional".
E que mesmo eles estando presos há nove meses, "permanecem latentes os requisitos previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, porquanto as investigações declinadas aos autos, por meio do relatório de investigação, demonstram a prova da materialidade dos crimes e indícios de autoria, já que foram identificados como autores da sessão de tortura, praticada em prol da organização criminosa Comando Vermelho, uma vez que a vítima teria incorrido em ação desconsiderada passível de castigo físico".
"Se não bastasse isso, há indícios de que os acusados, supostamente integram organização criminosa de alta periculosidade, tida como Poder paralelo ao Estado, o que reclama a manutenção da prisão dos suspeitos integrantes para acautelar a ordem pública", diz ainda a decisão.