O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, negou a soltura de seis integrantes do Comando Vermelho na região de Nobres (146 km a médio-norte) por causa do risco à sociedade. Segundo as investigações, a organização criminosa tinha grupos no WhatsApp onde eram combinadas a venda de droga, festas e cobrança de taxas a faccionados.
Eles foram presos este ano e são investigados por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e ainda tortura, já que realizavam "salves", ou seja punições para pessoas que desobedecessem as regras da facção. Todas as movimentações eram combinadas e controladas através de grupos de WhatsApp.
Eles também realizavam serviços de "cabritagem", ou seja, de roubar/furtar droga de outras "bocas de fumo" que não pagavam mensalidade à facção. Quem também tinha que pagar uma taxa mensal eram os comerciantes de Nobres e Jangada para receberem "proteção" contra criminosos da área.
"Nesse sentido, verifica-se a existência de indícios suficientes de autoria do investigado, de modo que a medida de segregação cautelar justifica-se para restaurar a ordem pública abalada ante a gravidade concreta dos crimes, que subvertem a paz social, ficando também revelado o perigo gerado pelo estado de liberdade dos investigados", diz trecho da decisão.
O magistrado ainda destacou que "todo este quadro impõe a necessidade da cessação da atividade criminosa perpetrada pelos representados, mostrando-se necessária a prisão para garantia da ordem pública pela probabilidade do cometimento de novas infrações, gravidade concreta do crime e envolvimento com organização criminosa, conforme posição do Supremo Tribunal Federal".