Apesar das alegações de ilegalidades, o juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a ação que investiga mais de 70 pessoas envolvidas com o Comando Vermelho em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá). O magistrado também marcou para 27 e 28 de novembro a audiência de instrução e julgamento.
A defesa de um dos réus tentou anular a ação, o que foi recusado pelo juiz. "Logo, ainda que se reconhecesse a tese defensiva, não se trataria de nulidade absoluta, como no caso do julgado colacionado, mas sim de nulidade relativa, a qual pode ser convalidada pelo Juízo que recebe os autos e cuja arguição não prescinde de demonstração efetiva de prejuízo ao réu – a qual não se visualiza na espécie".
Os réus respondem por falsidade ideológica, tráfico de drogas e organização criminosa. Eles foram alvos da Operação Alter Ego, em dezembro de 2022, ação que investigou o Comando Vermelho responsáveis por crimes que vão além do tráfico de drogas, como furtos, roubos e até homicídios.
Foram nove meses de investigação antes das prisões. O grupo tinha até dois advogados, que participavam da movimentação financeira e da prestação de contas aos líderes do Comando Vermelho presos na Penitenciária Central do Estado (PCE).
Os faccionados eram bem organizados e divididos em grupos com papéis bem definidos. Havia, por exemplo, integrantes responsáveis por armazenar e distribuir a droga, outra parte do bando recolhia os pagamentos nas "bocas de fumo", já os gerentes resolviam os problemas e julgavam os integrantes de acordo com as leis da organização criminosa.