O ex-secretário de Planejamento na gestão de Silval Barbosa, Arnaldo Alves de Souza Neto, confessou ter usado o dinheiro da propina recebida com a venda superfaturada de um terreno para emprestar dinheiro a juros para o empresário Alan Malouf, que também fazia parte do esquema. A informação foi revelada na condenação de Silval no esquema de desapropriação de um terreno no Jardim Liberdade, em Cuiabá.
Arnaldo confessou em seu interrogatório que cometeu o crime de corrupção passiva, ou seja, apesar de não ter exigido a propina, se beneficiou dela. Ele recebeu parte dos R$ 15 milhões desviados do Estado. O terreno valia R$ 17 milhões, porém o Governo pagou R$ 31 milhões.
O dinheiro era dividido entre os integrantes da quadrilha que atuavam no Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Casa Civil.
Segundo ele, "Pedro Nadaf o chamou e disse que ele seria inserido no rateio dos valores e assim foi feito, tendo confirmado que recebeu a vantagem indevida, a qual foi repassada a ele por Pedro Nadaf", diz trecho da decisão da juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal, que condenou Silval Barbosa a 23 anos e 4 meses de prisão nessa ação.
"(...) ele guardou esse dinheiro em sua sala e depois emprestou o valor recebido ao acusado Alan Malouf, ele emprestou em torno de R$ 420 mil para Alan e Pedro Nadaf teria repassado diretamente ao Alan a parte restante que lhe cabia na divisão dos valores a título de propina", diz ainda a decisão.