O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a segregação de três integrantes do Comando Vermelho presos na Operação Castelo de Areia, em janeiro deste ano. Eles são apontados pelo Ministério Público Estadual (MPE) como “cobradores” da facção, responsáveis por receber as mensalidades de traficantes.
Os três atuavam na região de Rosário Oeste (128 km ao norte de Cuiabá), Nobres (146 km a médio-norte) e Jangada (80 km ao norte) e eram responsáveis pela cobrança dos pequenos traficantes, além de autorizarem a abertura de novas pontos de venda de drogas nas cidades em que coordenavam as ações do CV.
Segundo as investigações, cada dono de "boca de fumo" era obrigado a pagar R$ 100 por mês para vender o entorpecente. Além disso, só podiam comercializar o material fornecido pelo Comando Vermelho e tinham que pagar parte dos lucros aos "coordenadores" da região.
"Apóstolo", "Magnata" e "Branquinho" alegaram falta de elementos concretos para que o processo tivesse continuidade, recurso que foi negado pelo magistrado tendo em vista as provas coletas durante o inquérito policial.
Foram coletadas "imagens, fotos, transcrições de conversas, comprovantes de transações bancárias entre outros elementos, de modo que não há falar-se em denúncia genérica e consequente ausência de justa causa".
Na mesma decisão o juiz marcou para 6 de fevereiro a audiência de instrução e julgamento, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, além dos réus.