Segunda-feira, 12 de maio de 2025
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OPERAÇÃO ESPELHO

MPE revela que secretária viabilizou contratos para 'não serem cumpridos' em MT

Denúncia revela que fraudes não se tratam de 'meras irregularidades' no contrato

Foto: Reprodução

MPE revela que secretária viabilizou contratos para 'não serem cumpridos' em MT
Os contratos feitos pelas empresas que formavam o "cartel da saúde", revelado pela Operação Espelho, foram feitos "com o intento de não serem cumpridos", conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). Uma das líderes do esquema é a secretária adjunta de Gestão Hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves.
 
Segundo a denúncia do MPE a organização criminosa foi formada para fraudar os contratos no Estado e em prefeituras do interior. "(...) ficou evidente por todo o arcabouço probatório que não estamos diante de meras irregularidades no cumprimento do horário de plantão de médicos especializados em infectologia e cirurgia geral, mas sim perante contratos que, conforme os auditores  expuseram no relatório de auditoria, foram entabulados com o intento de não serem cumpridos em sua integralidade e possibilitar o desvio de dinheiro público".
 
O documento ainda revela que Caroline elaborou justificativa para que a empresa LB Serviços Médicos fosse contratada para o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, "em total dissociação com as necessidades pontuais do nosocômio [hospital]".
 
Ela também agia no "favorecimeno e direcionamento de licitações para as empresas integrantes da organização criminosa".

A denúncia do MPE também abre a possibilidade para que ela também seja denunciada por participação em organização criminosa, caso sejam encontrados mais elementos sobre sua participação no esquema. Inicialmente ela é acusada de peculato, que ocorre quando um servidor público realiza desvio de dinheiro ou se aproveita do cargão para conseguir algum tipo de benefício.
 
Operação Espelho
As investigações que deram origem à Operação Espelho começaram por causa de uma denúncia de que a empresa que ganhou a licitação para fornecer médicos para o Hospital Metropolitanos estava atendendo com menos profissionais do que o contratado. Uma auditoria foi realizada e foram constadas várias irregularidades.
 
Na segunda fase da operação os envolvidos tiveram R$ 35 milhões em bens bloqueados. Durante o inquérito policial foram encontrados contratos fraudulentos não só no Estado, mas também em hospitais municipais.
 
 
 
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