Seis integrantes do Comando Vermelho em Porto Alegre do Norte (1.125 km a nordeste de Cuiabá) foram condenados por realizar uma sessão de tortura, conhecida como "salve", contra um dependente químico que devia R$ 200 de drogas compradas e ainda não havia pago uma prostituta grávida que integra a facção.
O caso é de janeiro de 2021, porém o desfecho é de dezembro este ano. Os membros da facção receberam penas que variam de 6 a 8 anos de prisão para serem cumpridos em regime fechado, já que a sentença é maior que 4 anos e todos possuem antecedentes criminais.
Segundo a vítima, ela foi atraído para a "boca de fumo" Casa Azul onde foi cobrada a dívida que se arrastava há mais de um mês. Ele prometeu pagar no dia seguinte, mas foi alvo de chutes, socos e golpes de mangueira de jardim e fios elétricos.
Entre os débitos cobrados no "salve" estava o programa feito por uma grávida de 7 meses para o usuário de drogas. Ela estava presente e ajudou a incitar o crime. O homem só foi libertado após vizinhos perceberem a movimentação estranha e chamarem a polícia.
Toda a sessão de tortura foi filmada, fotografada e ainda transmitida por meio de live em rede social. Eles foram condenados pelos crimes de integrar organização criminosa e cácere privado. Segundo testemunhas o "salve" durou cerca de 30 minutos antes da chegada da Polícia Militar.
O grupo "integrava Organização Criminosa denominada Comando Vermelho, facção criminosa nacionalmente conhecida por seus atos de extrema violência, o que extrapola o ordinário do tipo penal, merecendo maior reprovabilidade", enfatizou a juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal ao dosar a pena.