Domingo, 12 de janeiro de 2025
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DESCASO DOS SUPERIORES

'Ninguém se importa se o PM vai se matar', desabafam militares após suicídio

Militares denunciam assédio moral nos batalhões e desvalorização salarial como motivos para desespero de PMs

Foto: Reprodução

'Ninguém se importa se o PM vai se matar', desabafam militares após suicídio
A morte do 2º sargento Augusto César de Souza Silva, no último domingo (17) causou revolta entre os colegas de farda. Em um grupo de policiais militares no WhatsApp os servidores repercutiram a morte de Augusto, que tirou a própria vida. "Ninguém se importa se o PM vai se matar", escreveu um dos integrantes do grupo.
 
Augusto tinha 39 anos e atuava na Polícia Militar há 20 anos. Seu último posto de trabalho foi no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele deixa três filhas.
 
Esse não é o primeiro caso do tipo na corporação este ano. Em novembro o sargento Hélio Expedito da Silva, de 44 anos, se matou em Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá).
 
Já em outubro Gabriel Castella, de 39 anos, cometeu suicídio em São José do Rio Claro (315 km a médio-norte de Cuiabá). Dias antes antes ele havia se desentendido com uma colega de farda, no qual atirou e o homem acabou falecendo. No dia da morte de Gabriel, o PM estava preso no quartel e aguardava audiência de custódia.
 
No grupo de WattsApp, os militares se revoltaram com mais um policial que tirou a própria vida. Eles também falaram sobre perseguição e assédio moral nos quartéis, o que aumenta a pressão e as doenças mentais dos servidores.

 
"O mais incrível é ver um comandante que viveu e vive na perseguição de qualquer um que ele não gostasse, hoje falando em valorização de policiais, saúde mental e apoio aos mais necessitados ma área psicológica", escreveu um PM.
 
Também alegam que os policiais militares que adocem são transferidos contra sua vontade. "PM que está doente está simplesmente sendo transferido. Não estão resolvendo o problema e sim ficando longe dele".
 
"Existem vários fatores que podem levar a um aumento dos índices de suicídio entre policiais militares, incluindo estresse crônico, exposição a traumas frequentes, dificuldades emocionais e a falta de suporte adequado. A natureza do trabalho policial pode ser extremamaente desafiadora, envolvendo confronto com situações perigosas, violência e pressão constante. Esses fatores afetam negativamente a saúde mental dos policiais", criticou um outro militar.

Entre outras razões para o desespero dos militares, apontadas na conversa, também está a desvalorização salarial.

Veja abaixo alguns trechos da conversa que o J1 teve acesso:




 
 
 
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