O governador Mauro Mendes (União) se manifestou pela primeira vez sobre a rejeição da denúncia contra sua secretária adjunta de Gestão Hospitalar, Caroline Campos Dobes Conturbia Neves. "Sempre acreditei porque conhecia detalhes do processo".
Na última semana, o juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, rejeitou a denúncia contra ela na ação oriunda da Operação Espelho, que investigou fraudes em licitações em prefeituras e no Governo do Estado. Segundo o magistrado, não foi demonstrada na denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) provas concretas da participação de Caroline no esquema.
Dias antes da rejeição da denúncia, secretária adjunta, que é servidora concursada da Secretaria de Estado de Saúde (SES), deixou o cargo para usufruir de licença-prêmio por um período de três meses. Por ser um direito dos funcionários públicos, ela continua recebendo o salário e não sofre nenhuma penalidade com o afastamento.
Para o governador, não foi surpresa a decisão do juiz Jean Bezerra. "Eu li e pedi para que outras pessoas lessem, que entendem mais do que eu, e não virem elementos que pudessem justificar [o recebimento da denúncia]".
"Eu fiquei feliz que a verdade está sendo restabelecida com essa decisão de não acolher a denúncia. Fiquei feliz por ela".
Com a primeira fase deflagrada em dezembro de 2022, a Operação Espelho teve como alvo uma organização criminosa acusada de fraudar licitações e contratos médicos, especialmente durante a pandemia da covid-19. O esquema envolvia médicos, empresários e servidores públicos.
As empresas participantes do cartel combinavam quem ganharia cada contrato e, em alguns casos, chegaram a fraudar o número de internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para receber mais do que o trabalho prestado ao Estado e às prefeituras.