Domingo, 6 de outubro de 2024
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OPERAÇÃO ESPELHO

Emanuel vê esquema como 'maior bandidagem de MT' e prevê que PGR chegará ao capo

Prefeito destacou que sigilo nas investigações significa que fatos novos estão sendo descobertos

Ao anunciar que passará para a população um "pente fino" sobre a saúde da Capital na próxima quinta-feira (1º), o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) voltou a citar a Operação Espelho, que apurou um esquema de cartel na Saúde Pública Estadual durante o período da pandemia. Emanuel retomou a gestão da Secretaria de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública em 1º de janeiro, após praticamente 9 meses de gestão do Gabinete de Intervenção nomeado pelo Governo do Estado por determinação do Tribunal de Justiça.

Emanuel citou o esquema como a "maior bandidagem" na Saúde Pública de Mato Grosso. "Já disse em outras entrevistas minhas: a Operação Espelho é o maior escândalo de corrupção da história de Mato Grosso, da Saúde Pública do Centro Oeste e quiçá do Brasil. Uma covardia, uma patifaria, uma desumanização. Está de parabéns a imprensa por estar divulgando a verdade sobre a maior covardia e a maior bandidagem da história da saúde pública do Estado". 

O prefeito lembrou que, por ter recursos destinados pela União para o combate a Covid-19, protocolou denúncia junto a Procuradoria Geral da República (PGR), que está apurando a situação e decretou sigilo nas investigações. "Inclusive eu e mais 16 vereadores, mais o deputado Emanuelzinho e os deputados Juca e Barranco denunciamos essa bandalheira a PGR em junho do ano passado. Tamanha gravidade daquilo que foi mostrado a PGR decretou sigilo nas investigações da nossa denúncia. Com certeza, mais algo grave vem por aí, porque a Operação Espelho não pode ficar impune", frisou.

Para o prefeito, a PGR deve estar próxima de chegar a agentes políticos e ao 'mandante' das fraudes. "A medida que apareça mais novidades, novos nomes vão aparecer. E você vai chegar no 'capo', no mandante, quem é o responsável por tudo isso. Não tem como escândalo de corrupção dessa natureza aparecer, sem ter como cair na mão de agentes públicos e autoridades políticas. É humanamente impossível".


Para Emanuel, as denúncias contra a secretária-adjunta de Saúde,  Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, não são suficientes para identificar o verdadeiro 'mentor' do esquema. "Estou com pena a Caroline e alguns meses atrás, pela imprensa sugeri a ela que abrisse a boca. Senão, ela vai pagar o pato sozinha"

O prefeito, inclusive, voltou a sugerir que a adjunta, que está em licença-prêmio, colabore com as investigações para não ser a única punida. "Atenda sugestão do deputado Wilson Santos e se apresente para fazer delação. Senão, vai pagar o pato sozinha, o que vai ser ruim para ela e sua família".


OPERAÇÃO ESPELHO

A Operação Espelho é uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) para apurar a possível formação de um cartel entre dois grupos privados de saúde durante a prestação de serviços de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) durante a pandemia. O objetivo principal do cartel era aumentar a remuneração recebida pelo governo do estado de forma artificial, preenchendo os leitos de UTI de maneira fraudulenta.

A investigação foi iniciada em 2021 e, como parte do processo investigativo, foram bloqueados bens de diversos médicos e empresários que estavam sob suspeita de envolvimento no esquema. Os suspeitos foram acusados de colaborar na prática de preencher os leitos de UTI com pacientes que não necessitavam de cuidados intensivos, a fim de inflar o número de atendimentos e, consequentemente, aumentar os valores pagos pelo governo pelos serviços prestados.

Em uma segunda fase da investigação, deflagrada no final de abril, a Polícia Civil realizou diversas ações em diferentes cidades, incluindo Cuiabá, Alta Floresta, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande e Sinop. Durante essa batida policial, foram cumpridas ordens judiciais e sequestrados bens, como carros de luxo e imóveis em condomínios de alto padrão, avaliados em mais de R$ 35 milhões. 
 
 

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