CILADA E RENEGADOS
Ex-policial tenta unificar ações que investigam 'milícias' em Cuiabá e VG
D.S.A.S. alegou que as duas operações tratam dos mesmos crimes e no mesmo período
THALYTA AMARAL
01/02/2024 - 15:33
Foto: Reprodução
Um ex-policial acusado de fazer parte de milícias em Cuiabá e Várzea Grande tentou junto ao Judiciário unificar duas ações para que, caso condenado, tenha apenas uma pena a cumprir. Ele solicitou que fossem unidos os processos relativos a ele oriundos das Operações Renegados I, de 2021, e Cilada, de 2023. Apesar das alegações, o pedido foi negado.
A Operação Renegados I investigou um grupo de composto por policiais e ex-policiais que cobrava propina de criminosos para que eles não fossem presos, além de participar do tráfico de drogas na Grande Cuiabá, incluindo exploração sexual de menores e favorecimento de prostituição.
Já na Operação Cilada os membros da organização criminosa são acusados de extorsão onde o ex-policial ligava para as vítimas fingindo ser um delegado e cobrava propina para que as pessoas não fossem presas na suposta operação policial.
À Justiça D.S.A.S. alegou que as duas operações tratam dos mesmos crimes e no mesmo período, tendo apenas vítimas diferentes. Quando o mesmo fato é investigado em duas ações, uma é anulada, pois ocorre litispendência.
Para a juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal, nos dois processos não ocorre litispendência, tendo em vistas que as denúncias apontam que são duas organizações criminosas diferentes, havendo então necessidade de diferentes ações.
"(...) por se tratarem de organizações criminosas diversas, não estabelecidas sob a coordenação de uma mesma liderança e compostas por núcleos de atuação e por um corpo geral de integrantes distintos entre si, antecipa-se a plena viabilidade jurídica de novo processamento e eventual condenação dos acusados que, concomitantemente, integram a orcrim", argumentou o Ministério Público Estadual (MPE), o que foi acolhido pela magistrada.