Foi marcada para 11 de abril a audiência sobre o desvio de dinheiro público através da compra de ouro na Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat) entre 2014 e 2015. Três dos integrantes do esquema fecharam acordo de delação premiada e confirmaram que a autarquia foi usada para "lavar" dinheiro recebido de propina.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), as fraudes envolveram aproximadamente R$ 7 milhões. Quem fazia as transações para legalizar o dinheiro era o então presidente da Metamat, João Justino Paes de Barros.
Também são delatores no processo o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf e o empresário André Luis Marques de Souza. Os três afirmaram à Justiça que estão à disposição para prestar novos depoimentos e apresentar provas, o que está previsto no acordo de delação premiada.
André Luis confessou que trocou 17 cheques para João Justino, totalizando R$ 925 mil. Os pagamentos eram oriundos do pagamento de propina da Ampla Construções e foram realizados durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
A propina era resultado de um esquema de desapropriação de uma área no Jardim Liberdade, na Capital, na qual Silval e seu grupo teriam lucrado mais de R$ 15 milhões.
Esse dinheiro era usado na compra de ouro pela Metamat em Peixoto de Azevedo (691 km ao norte de Cuiabá). Por fazer essas compras, João Justino recebia 1% do valor. Como parte da delação premiada ele devolveu R$ 20 mil ao Estado, porém, mesmo com o acordo ele continua como réu no processo.