O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou nesta quinta-feira (8), que decretou estado de calamidade pública na área da Saúde de Cuiabá. A situação, válida por 90 dias, atinge a gestão administrativa, assistencial e financeira do setor.
"O objetivo principal é restabelecer a normalidade na administração dos serviços públicos da saúde, bem como ter auxílio imediato, especial e extraordinário junto ao Governo do Estado de Mato Grosso e Governo Federal", diz trecho do decreto.
Segundo o prefeito, o setor está "a beira de um colapso", destacando que a Secretaria de Saúde a Empresa Cuiabana de Saúde Pública estiveram sob intervenção do Governo do Estado entre março e dezembro de 2023. Ao reassumir a gestão da pasta, o prefeito tem realizado um diagnóstico do setor e anunciado medidas emergenciais para garantir o atendimento à população.
Além do estado de calamidade, o prefeito determinou a realização de uma auditoria para investigar o aumento no número de mortes durante o período da intervenção no Hospital Municipal de Cuiabá e no Hospital São Benedito. Em coletiva realizada na última semana, o gestor revelou que o número de mortes praticamente dobrou no Hospital São Benedito durante o período de Intervenção.
Chamando a equipe que administrava a Saúde no período de
"nazistas cuiabanos", o prefeito relatou que pacientes eram encaminhados ao Hospital São Benedito "apenas para morrer", uma vez que iam à unidade até sem diagnóstico definido.
Outro lado
Sobre o decreto publicado hoje pela Prefeitura de Cuiabá, o Gabinete de Intervenção esclarece que a calamidade e caos estão instaurados na Saúde Pública da Capital desde a primeira gestão do Prefeito Emanuel Pinheiro, que teve início em 2017 e acumula:
- 15 operações policiais somente na Secretaria Municipal de Saúde, com secretários de saúde afastados e presos, além de investigações em andamento por esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público;
- Fechamento da Santa Casa de Cuiabá, em 2019, por má gestão;
- Hospital São Benedito estava praticamente inoperante;
- As unidades de saúde sucateadas e sem as mínimas condições de atender o cidadão, com falta de medicamentos e médicos;
- E uma intervenção judicial decretada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso a pedido do Ministério Público com parecer do Tribunal de Contas do Estado, que durou 10 meses e tinha colocado a saúde de Cuiabá em funcionamento.
Por tudo isso, esse decreto não passa de mais uma cortina de fumaça do prefeito, que utiliza desse meio para esconder todas as irregularidades cometidas na sua administração, que está envolvida em escândalos e desmandos.