Um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso, Jonas Souza Gonçalves Júnior, mais conhecido como "Batman", sofreu uma nova condenação por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, dessa vez de 13 anos e 10 meses de prisão. Ele também foi condenado a ter os bens apreendidos leiloados ou doados ao Estado, como os R$ 537 mil encontrados com Felipe Bruschi, o "Loirão", seu homem de confiança.
Jonas, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), foi condenado pelo juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal.
Além dele foram condenados "Loirão", "Nenén", "Nando" e M.B.A.C., esses dois últimos, por receberem penas de até quatro anos, tiveram o benefício de recorrer da sentença em liberdade.
Entre os bens que foram apreendidos com os cinco integrantes do Comando Vermelho e que serão leiloados estão sete imóveis urbanos, 14 carros, uma lancha, um jet ski e ainda um terreno na zona rural de Acorizal (62 km ao norte de Cuiabá).
"Isso porque, na mesma linha de raciocínio esposada na sentença, muito embora os réus aleguem que os aludidos bens foram adquiridos de forma lícita, fato é que ficou demonstrado nos autos que as contas pessoais e empresas em nome dos acusados condenados eram utilizadas para lavagem do dinheiro advindo das atividades ilícitas da orcrim, de modo que os rendimentos se mesclavam com o objetivo de imprimir aparência lícita", argumentou o magistrado ao determinar o perdimento dos itens.
Esse núcleo do CV foi investigado por movimentar mais de R$ 10 milhões em contas de "laranjas". O dinheiro era proveniente da venda de drogas, roubos e furtos cometidos pelos faccionados, além das mensalidades pagas pelos membros da organização criminosa e dos comerciantes.
"(...) trata-se de organização criminosa bem articulada, com várias ramificações, divisão de funções bem definidas, planilhas de controle de mercadorias e do repasse do lucro ilícito, além da referida orcrim ser conhecida por atos de extrema violência e voltada para a prática não apenas do comércio ilegal de entorpecentes, mas de outros delitos, como tortura, homicídio, roubo e lesão corporal", enfatizou o juiz na condenação.