O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a apreensão de uma Hillux pertencente ao líder de uma quadrilha que causou prejuízo de R$ 39 milhões com o furto de fertilizantes agrícolas. O homem foi alvo da Operação Placebo, em abril de 2022, quando foram bloqueados bens de integrantes da organização criminosa em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O pedido para devolução do veículo foi realizado pela esposa de M.R., que alegou ser a verdadeira proprietária da Hillux, que estaria se deteriorando no pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá).
O magistrado negou o pedido, tendo em vista que "
há indícios suficientes de que o bem móvel em espeque foi adquirido com recursos provenientes de atos ilícitos, mas tão somente registrado em nome de interposta pessoa, na hipótese, da convivente, ora requerente".
Enfatizou ainda que o veículo está sendo conservado, pois "foi acautelado provisoriamente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, de modo que está sendo utilizado e mantido pela referida instituição, evitando-se, assim, a deterioração do veículo".
Operação Placebo
Deflagrada em abril de 2022, a Operação Placebo teve como alvo uma quadrilha que furtava fertilizantes agrícolas. Os motoristas eram pagos para descarregar os produtos em armazéns do grupo, onde a carga era trocada por um insumo falsificado.
Um segundo núcleo pegava a carga furtada, misturava com produtos proibidos e revendia como se fosse fertilizante caro. Para mascarar as transações, empresas do grupo emitiam notas "frias" para justificar a entrada do produto e sua venda. Esse esquema causou prejuízo de mais de R$ 39 milhões apenas em 2019.