Uma decisão do juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a prisão do chefe do Comando Vermelho em Água Boa (730 km a leste de Cuiabá). Ele tentava a soltura com base na de outros três faccionados presos mesma ocasião, mas teve o pedido negado.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), W.M.S. era chefe da facção na cidade e decidia quem poderia vender drogas na região. Em conversas encontradas no celular dele, o homem negocia inclusive cargos no Comando Vermelho local, pois um integrante pediu a ele para "subir" de posto e passar a ser "disciplina", ou seja, pessoa que aplica as punições e faz cobranças em nome da organização criminosa.
Para o magistrado a soltura dos outros três membros não pode ser aplicada a W., já que existem provas de sua posição de liderança na facção. E que as provas apresentadas evidenciam "a gravidade in concreto dos crimes por ele supostamente perpetrados é de maior monta e, por conseguinte, reclama a manutenção da segregação cautelar".
"W.M.S. foi preso em flagrante pelo suposto cometimento de tráfico de drogas e manteve diversas tratativas – nas quais demonstrava inclusive possuir uma posição de superioridade em relação aos demais acusados – acerca da mercancia ilícita e do funcionamento do Comando Vermelho, ressaltando seu envolvimento com a criminalidade e a importância de sua função na facção", diz trecho da decisão.
Nesse sentido ainda estão "presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva e demonstrados o cabimento e a necessidade desta, não há falar em substituição da medida extrema por cautelares diversas, as quais não se mostram suficientes para, no momento, resguardar a ordem pública".