Os advogados presos na
Operação Gravatas, deflagrada nesta terça-feira (12) pela de Delegacia de Tapurah
são Roberto Luís de Oliveira e Jessica Daiane Marostica. Ambos atuam em Sinop.
O policial militar trata-se do soldado Leonardo Qualio.
Outros dois advogados presos ainda não tiveram as identidades confirmadas.
Na casa de Jéssica Daiane, os policiais encontraram mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Nas redes sociais, ela se intitula advogada criminalística, diz ter 29 anos e ser casada.
OPERAÇÃO GRAVATAS
A operação cumpre nesta terça-feira 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões contra quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional.
A investigação da Delegacia de Tapurah apontou a existência de uma organização criminosa com a participação dos advogados e do policial militar. Os relatórios de investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.
A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.
O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.
“Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, salientou.
APREENSÕES
Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos, na casa de uma advogada em Sinop, em torno de R$ 100 mil.
As ordens de prisão e de buscas contra os presos já custodiados foram cumpridas no Sistema Penitenciário em Cuiabá.
O cumprimento das ordens judiciais contra os advogados foi acompanhado pelo Tribunal de Prerrogativas da OAB-MT.