Juiz nega recurso de genro de Arcanjo e mantém ação que investiga 'jogo do bicho' em MT

O juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, negou o recurso do genro de João Arcanjo Ribeiro, Giovanni Zen Rodrigues, e manteve a ação oriunda da Operação Mantus, deflagrada em maio de 2019 para investigar duas organizações criminosas de Mato Grosso especializadas em jogo do bicho.

Ao todo, 13 réus respondem pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção pe/nal do Jogo do Bicho e extorsão mediante sequestro. Zem é acusado de liderar junto com o sogro a Colibri, que era rival da Ello/FMC, comandada por Frederico Müller Coutinho. Segundo as investigações, em apenas um ano as duas quadrilhas movimentaram mais de R$ 20 milhões. 

A defesa de Giovanni alegou que não havia elementos suficientes para comprovar sua participação nos crimes. Argumentou também contra as provas obtidas nos celulares apreendidos durante a operação já que as autoridades policiais poderiam "extrair dados celulares de quaisquer indivíduos que fossem presos em flagrante praticando a contravenção penal".

"Note, não se trata de possibilidade irrestrita de quebra de sigilo, visto que as diligências solicitadas visavam o alcance de número exíguo de pessoas, no caso, os próprios investigados nesta operação", argumentou o magistrado ao negar o pedido de extinção do processo. 

Outros réus também tentaram anular a ação e questionaram não só a suposta formação de quadrilha como também a movimentação financeira apontada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Porém, o juiz relembrou que em caso semelhante o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu pela legalidade desse tipo de prova. 

Na mesma decisão, publicada no Diário Oficial de 13 de março, o magistrado marcou para 22 de maio a audiência de instrução e julgamento, que será realizada por meio de videoconferência. Na ocasião serão ouvidos os réus e as testemunhas.

Operação Mantus

Realizada em 2019, a Operação Mantus teve como alvos os líderes das organizações criminosas que administravam o Jogo do Bicho em Mato Grosso. Na época foram cumpridos mais de 30 mandados de prisão preventiva. Nas buscas foram apreendidos R$ 300 mil em dinheiro vivo, sendo R$ 200 mil na casa de João Arcanjo Ribeiro e mais R$ 100 mil em seu estacionamento localizado na Avenida do CPA, onde ele trabalha.