Segunda-feira, 14 de outubro de 2024
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TRIBUNAL DO CRIME

Advogado repassa 'informações determinantes' para facção decapitar dupla em MT

Roberto Luís de Oliveira auxiliava responsáveis pelo 'tribunal do crime' do Comando Vermelho

Foto: Reprodução

Advogado repassa 'informações determinantes' para facção decapitar dupla em MT
O advogado Roberto Luís de Oliveira, que teve seu segundo mandado de prisão cumprido nesta terça-feira (19) por ligação com o Comando Vermelho em Mato Grosso, era o responsável por "checar a ficha" de eventuais desafetos da facção. Segundo as investigações que basearam a Operação Veredicto, Roberto Luís auxiliava o chamado "tribunal do crime" na definição de punições às pessoas que poderiam atrapalhar as atividades da organização.

No caso que gerou a operação, Roberto e dois líderes da facção criminosa são tiveram as prisões cumpridas pelas mortes de Riquelme Souza Félix, 22 anos e Joel Pereira da Silva, 26 anos, em abril de 2022. 

As investigações revelaram que, enquanto estavam sequestrados e eram torturados, Roberto Luís enviou cópias das consultas feitas nos tribunais de justiça, mesmo tendo ciência de que as vítimas estavam amarradas e subjugadas em poder de criminosos. 

Logo depois, as vítimas, ainda vivas, foram torturadas e esfaqueadas até serem decapitadas. Os executores gravaram toda a cena e enviaram os vídeos para os líderes criminosos.


Para a Polícia Civil, as informações repassadas pelo advogado foram determinantes para o duplo assassinato. “Assim, o advogado aderiu à conduta dos líderes e consentiu com o resultado da morte. O braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria”, pontuou o delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo.

OUTRA PRISÃO

Roberto Luís foi preso, no último dia 12 de março, na Operação Gravatas, deflagrada pela delegacia de Tapurah, junto com os advogados Jessica Daiane Marostica, Hingritty Borges Mingotti e Tallis de Lara Evangelista. No último dia 15, ele teve pedido de liberdade pelo desembargador Hélio Nishiyama.

O grupo de advogados é acusado de usar o argumento de patrocinar a defesa para atuar em prol de facção criminosa instalada no Estado. Além dos advogados, o soldado da Polícia Militar, Leonardo Qualio, está entre os presos.

Em rápida consulta ao PJe, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, é possível visualizar que Mingotti tem diversos clientes na área criminal na comarca de Tapurah. São acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo majorado, tortura e até homicídio qualificado.

Tallis também tem dezenas de clientes com acusações parecidas. Inclusive, numa das ações, patrocina defesa junto com Hingritty.
 
 

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