A juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal, acusou os advogados Rodrigo Vieira Komochena e Fernando Jorge Santos Ojeda de tentarem atrasar a ação oriunda da Operação Asafe, de maio de 2010. O processo investiga um esquema de venda de sentenças.
O esquema foi descoberto através de escutas telefônicas e ambientais autorizadas pela Justiça em uma investigação de tráfico internacional de drogas. São essas escutas que os advogados questionaram e tentaram obter mais informações.
Rodrigo pediu acesso à íntegra das gravações ambientais, ou seja, os áudios gravados com escutas inseridas em escritórios e gabinetes. A magistrada negou a solicitação, tendo em vista que o réu não é citado em nenhuma dessas gravações.
"Sendo assim, não é aceitável que o mesmo se imiscua em assuntos que não lhe dizem respeito, com a nítida intenção de procrastinar o andamento processual", diz trecho da decisão.
Já Jorge entrou com pedido para ter acesso à transcrição de todos os áudios interceptados, além de perícia do áudio obtido em uma escuta na casa de uma das envolvidas.
"Quanto ao pedido de degravação integral dos áudios interceptados, não merece guarida, porquanto tal argumento nem é mais objeto de discussão nos Tribunais Superiores nos dias atuais, tanto que já foi debatido, restando pacífico que a transcrição integral é desnecessária, principalmente quando o volume das interceptações é grande, como é o presente caso", enfatizou ainda a juíza.