Presos acusados de serem um braço jurídico do Comando Vermelho na região Médio-Norte do Estado, os advogados Jessica Daiane Marostica, Roberto Luís de Oliveira, Hingritty Borges Mingotti e Tallis de Lara Evangelista atuaram em
489 processos relacionados a crimes cometidos pelo Comando Vermelho nas cidades de Tapurah (abrange Itanhangá), Diamantino, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Ubiratã, Ipiranga do Norte e Sinop. Os dados são referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024.
Os
advogados foram alvos de mandados de prisão no último dia 12 de março, assim como o policial militar Leonardo Qualio e lideranças da facção criminosa que estão presas na Penitenciária Central do Estado (PCE), apesar de terem cometidos a maioria dos seus crimes no interior.
"Em resposta, conforme tabela anexa, a Corregedoria-Geral informou que, no período solicitado, Dr. Roberto Luis está vinculado a 280 (duzentos e oitenta) processos; Dr. Tallis está vinculado a 18 (dezoito) processos; Dra. Jéssica está vinculada a 59 (cinquenta e nove) processos e, por último, Dra. Hingritty está vinculada a 132 (cento e trinta e dois) processos. Portanto, o braçojurídico atuou em 489 quatrocentos e oitenta e nove) processos", diz
trecho do inquérito obtido com exclusividade pelo J1.
Na maioria dos casos, eles defendem acusados de crimes de com os crimes de tráfico ilícito de drogas, roubo e homicídio. Há também casos, em volume muito menor, de violência doméstica e embriaguez ao volante=.
Apontado como líder do braço jurídico da facção, o advogado Roberto Luís de Oliveira atua em mais de 200 casos,
sendo que 81% deles ligados a organização criminosa. "Frisa-se o percentual de atendimento de Dr. Roberto Luis de Oliveira em relação aos criminosos do "CV": o Advogado representa/representou no total 205 (duzentas e cinco) pessoas somente no período pesquisado, sendo que 168 (cento e sessenta e oito) são ligadas ao crime organizado, isto é, 81,95% da sua carteira de clientes são traficantes, homicidas", segue o inquérito.
Além da representação em ações criminais, a Polícia Civil descobriu que os juristas atuam de outras maneiras e podem ser considerados como membros da organização criminosa investigada. Eles fazem trabalho de "investigação" aos eventuais rivais, atuam como pombos-correios entre os faccionados presos, tem conhecimento e atuação junto ao "tribunal do crime", embaraçam as investigações e até ajudam a lavar o dinheiro oriundo da prática criminosa.
"Conforme documento anexo, os advogados estão atuando na defesa de diversos faccionados e, ao mesmo tempo, embaraçando investigações policiais", conclui o relatório do inquérito.