Quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
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OPERAÇÃO GRAVATAS

Preso em operação, advogado ameaçou mulher sequestrada pelo Comando Vermelho

Tallis de Lara Evangelista agia além da assistência jurídica aos membros da facção

Foto: Reprodução

Preso em operação, advogado ameaçou mulher sequestrada pelo Comando Vermelho

Tallis de Lara Evangelista

Um dos presos na Operação Gravatas, deflagrada em 12 de março, o advogado Tallis de Lara Evangelista é acusado de ter ameaçado e coagido uma mulher que foi sequestrada e torturada por membros do Comando Vermelho. Evangelista fazia parte do núcleo jurídico da facção, que realizava ações ilegais para a organização criminosa. 

Consta no inquérito policial que Tallis era frequentemente chamado para atender aos faccionados quando estes eram presos. Em algumas ocasiões os criminosos chegaram a reclamar com o também advogado Roberto Luís de Oliveira de que Evangelista estava demorando para atender determinado caso.

Em uma das ligações telefônicas interceptadas, uma mulher chamada de "Faixa Rosa do Recolhe" pede para que Tallis entre em contato com uma mulher que registrou boletim de ocorrência contra integrantes do Comando Vermelho após ter sido sequestrada e torturada.


"Sabe-se que caso seja feito por um membro do Comando Vermelho, ficaria muito clara a coação feita à vítima. No entanto, a estratégia é convencê-la a não implicar a liderança no sequestro/tortura por intermédio de um advogado, pois assim as chances de mascarar a coação, ou seja, de não levantar suspeitas, serão maiores", diz trecho do documento.

Nessa negociação, um dos membros da facção encaminhou para o advogado o boletim de ocorrência sobre o crime em questão e ainda explicou detalhes do caso, como o fato da vítima ter realizado uma videochamada para um dos líderes do Comando Vermelho.

"Demonstra-se, neste ponto, que o dr. Tallis tenta embaraçar a investigação ao entrar em contato e coagir a vítima do crime de sequestro e tortura", consta ainda no inquérito.

Operação Gravatas
Deflagrada em 12 de março, a ação policial teve como alvos quatro advogados e um policial militar. Eles realizavam a comunicação entre os líderes do Comando Vermelho e os integrantes da facção que estavam presos. Apenas um dos advogados atuou em 168 processos em que os réus eram ligados à facção.

De acordo com as investigações, os advogados agiam de forma ilegal para atrapalhar investigações, além de repassar informações policiais em tempo real para o Comando Vermelho, assim como auxiliaram na execução de crimes como tortura.
 
 
 
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