Policiais da Corregedoria da Polícia Civil fazem uma operação, nesta segunda-feira (1), contra suspeitos de furtar uma máquina de fazer cigarro que tem mais de 6 metros de comprimento e pesa mais de 5 toneladas de dentro da Cidade da Polícia – o centro de comando da Polícia Civil no estado. O furto foi revelado pelo RJ2 no dia 20 de março.
Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão contra dois policiais — um militar e um civil — e um empresário.
De acordo com as investigações, após ser retirado do local, o equipamento teria sido escoltado com uma viatura da DRFC até Cuiabá, para ser vendido.
Um dos alvos é o policial militar Laércio Gonçalves de Souza Filho, que teria transferido R$ 306 mil para a conta do policial civil Juan Felipe Alves da Silva após o furto da máquina.
Juan é ex-chefe do setor de investigação da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas (DRFC), que era responsável por fazer a guarda da máquina e, segundo testemunhas, quem tinha a chave do depósito.
Juan está preso por outro crime. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de ter apreendido uma carga de 16 toneladas de maconha e vendido para traficantes.
O outro alvo da operação é Silvano do Nascimento Moreira, empresário do ramo de transportes.
A ação conta com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Polícia Militar.
Máquina de fazer cigarro que mede 6 m e pesa mais de 5 t é furtada de dentro da Cidade da Polícia
A defesa do policial Juan Felipe disse que ele não possui conhecimento sobre os fatos e que nunca foi intimado a prestar qualquer declaração sobre o assunto. Diz ainda que nunca foi responsável pelo galpão da Delegacia de Roubos e Furtos de Carga.
A defesa de Juan Felipe disse ainda que ele nunca participou de nenhuma atividade espúria e que ele tem a vida pautada pela honestidade.
Furto na calada da noite
A máquina furtada é do tamanho de um caminhão e capaz de produzir 2,5 mil cigarros por minuto. Ela foi levada na calada da noite – e a polícia só descobriu que o equipamento sumiu quatro meses depois, após ele ter sido arrematado num leilão, quando a empresa vencedora foi até a Cidade da Polícia.
Funcionam na Cidade da Polícia 15 delegacias especializadas – órgãos ligados à chefia da corporação – e trabalham mais de três mil agentes.
A máquina estava guardada num galpão onde fica o depósito de bens apreendidos da Delegacia de Cargas, que fica nos fundos do complexo.
O equipamento havia sido apreendido numa operação realizada em julho de 2022, em uma ação de outra unidade, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro.
A investigação era contra um grupo que mantinha 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores eram obrigados a trabalhar numa fábrica clandestina de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não recebiam salário e eram impedidos de sair da fábrica.
Máquina achada em galpão
Dois dias após a revelação sobre o furto, a Polícia Civil localizou uma máquina semelhante ao equipamento de 5 toneladas furtado em fevereiro do ano passado da Cidade da Polícia. A máquina foi encontrada escondida debaixo de uma lona, em um galpão do Mercado São Sebastião, na Penha, Zona Norte do Rio.
Uma perícia realizada pela Polícia Civil vai confirmar se o equipamento é o mesmo. De acordo com a polícia, a perícia é necessária porque o equipamento foi pintado de outras cores.