O desvio do suprimento de fundos da Assembleia Legislativa (AL), revelado pela Operação Metástase, de setembro de 2015, foi usado para causa "muito nobre".
A informação foi revelada pelo ex-deputado José Riva em entrevista ao Programa Wilson Santos na noite de terça-feira (23).
Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) o dinheiro desviado foi usado para despesas pessoais de Riva, viagens de avião, compra de uísque, patrocínio de festas de formatura, jantares e até massagens, além de "mensalinho" para deputados estaduais.
Já Riva alega que o recurso foi utilizado para ajudar pessoas que vinham do interior para passar por atendimento médico. "Na época o interior não tinha a quem procurar, procurava a Assembleia. Eu nunca deixei uma pessoa que morria aqui ser enterrada como indigente, ele ia para a base dele de qualquer jeito. Nunca deixei um cidadão sem assistência".
"Tinha 4, 5 [casas de retaguarda] para manter 200, 300 pessoas por dia. Na época exigia isso, porque o Estado era muito ausente, não havia uma política de assistência no Estado e nem no Governo Federal", explicou na entrevista.
Operação Metástase
A Operação Metástase foi deflagrada em setembro de 2015 e teve uma segunda fase em outubro do mesmo ano, denominada Célula Mãe. Na primeira etapa foram presas 22 pessoas, entre servidores públicos, promotores de Justiça, delegados, policiais militares e civis, inclusive alguns que integravam o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Nessa operação ocorreu a quarta prisão de Riva. Ele foi detido anteriormente em maio de 2014, na Operação Ararath, em fevereiro de 2015, na Operação Imperador, e no mesmo mês na Operação Ventríloquo.