Segunda-feira, 4 de novembro de 2024
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RELAÇÃO COM FACTORING

Riva admite prejuízo a sua carreira política, mas defende Arcanjo: 'nunca foi desleal'

Ex-presidente da AL diz que 'comendador' nunca usou métodos de cobrança que se tornaram 'lendas' no Estado

Foto: Reprodução

Riva admite prejuízo a sua carreira política, mas defende Arcanjo: 'nunca foi desleal'
O ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), José Riva evitou criticar as ações do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que participou de um esquema de desvio de dinheiro da Casa de Leis. "Ele não fez nada para nós com a 'faca no pescoço'. Ele não obrigou ninguém a entrar na factoring dele".

A "defesa" de Riva a Arcanjo foi dada durante entrevista ao Programa Wilson Santos na última terça-feira (23). Um dos assuntos abordados foi a relação da AL com Arcanjo, que recebeu R$ 27 milhões do Parlamento entre 1995 e 2002 por meio de 22 cheques.

"Não posso dizer que Arcanjo tenha sido desleal. Nós não podemos ser hipócritas. Nós poderíamos não ter aceitado. Os métodos de cobrança que diziam que ele tinha, nunca aplicou conosco. Nunca teve nenhum tipo de retaliação, mas, é lógico, que ele cobrava duro", argumentou.

Apesar de evitar críticas, Riva assumiu que essa relação foi prejudicial à sua vida política. "Foi prejudicial à imagem do Parlamento e à minha carreira. Fui prefeito [de Juara] durante seis anos e não tive problemas. Minha carreira ficou prejudicada, porque passei praticamente a minha vida pagando essa conta". 

CONFIRA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE RIVA AO PROGRAMA WILSON SANTOS



Operação Arca de Noé

Deflagrada em 2002, a Operação Arca de Noé revelou um esquema de desvio de dinheiro público liderado pelos ex-deputados José Riva e Humberto Bosaipo. Os cheques eram emitidos pela Assembleia Legislativa como se fossem pagamentos para empresa, mas os serviços não eram prestados. Esses cheques eram trocados na factoring de Arcanjo, que sabia das fraudes e mesmo assim recebia os pagamentos que eram referentes a dívidas antigas do Parlamento. 

Por causa das fraudes Arcanjo chegou a ser preso em maio de 2003, no Uruguai, depois de ficar meses foragido. Ele ficou detido por 15 anos e conseguiu progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018. Nos últimos anos ele teve vários processos oriundos da Operação Arca de Noé prescritos por ter mais de 70 anos, o que reduz pela metade o tempo para a prescrição.
 
 
 
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