Apontado como líder de um esquema de desvio de dinheiro na concessão pública do transporte intermunicipal em Mato Grosso, o empresário Eder Pinheiro conseguiu na Justiça a liberação para poder visitar os filhos na Europa. Ele havia entregado o passaporte depois da Operação Rota Final, deflagrada em maio de 2018.
Eder havia solicitado à 7ª Vara Criminal de Cuiabá a restituição do passaporte para poder ver a filha que mora na França e o filho que estuda na Itália. Para isso ele precisaria da liberação judicial do documento.
A decisão que autoriza a viagem é de 29 de abril, porém, como a defesa de Éder não se manifestou nos autos, a juíza Ana Cristina Mendes determinou a intimação dos advogados para apresentarem resposta sobre a decisão em até cinco dias, que passarão a ser contados em 24 de maio, quando foi realizada a publicação no Diário de Justiça.
Operação Rota Final
Ação policial que teve três fases, a Operação Rota Final investigou os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação no transporte coletivo rodoviário intermunicipal. Segundo denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), os 19 denunciados causaram prejuízo de R$86,6 milhões aos cofres públicos.
As investigações mostraram que Eder liderava a organização criminosa que reunia empresas de transporte para impedir que novas licitações fossem realizadas. Para isso eles pagaram propina, combinaram propostas e chegaram a apresentar um estudo falso em que era afirmada a impossibilidade de uma nova concessão.
Enquanto isso, as empresas que participavam do esquema forneciam os serviços de forma precárias e com alto custo para os usuários. Com o esquema, os empresários ficaram décadas na prestação dos serviços, com direito a lucros exorbitantes.
