Sábado, 8 de novembro de 2025
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POLÊMICA DO ARROZ

​'Não vou servir como bode expiatório', afirma Neri após saída do Ministério da Agricultura

"Tenho um respeito grande por esse governo, acho que foi um equívoco grande esse leilão, mas sou um cara que segue a hierarquia.", afirmou Geller

Foto: Reprodução

​'Não vou servir como bode expiatório', afirma Neri após saída do Ministério da Agricultura
Um dia após ser comunicado de sua exoneração do cargo de secretário de Política Agrícola, Neri Geller falou pela primeira vez à imprensa sobre o caso. Ele afirmou que não pediu a demissão, ao contrário do que foi informado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. "Não vou servir de bode expiatório". 

Em entrevista nesta quarta-feira (12) à Band News, o ex-deputado disse que conversou com o ministro na segunda-feira (10), que falou sobre o problema gerado no leilão de arroz realizado pelo Governo Federal. Comunicado de sua demissão - a qual ele afirmou que "partiu do Ministério, não fui eu que pedi" - Neri garantiu não saber de quem partiu a decisão sobre sua saída. 

"Sobre ser bode expiatório, o tempo vai esclarecer. Tenho um respeito grande por esse governo, acho que foi um equívoco grande esse leilão, mas sou um cara que segue a hierarquia. Não sei quem é o culpado por esse equívoco, só que não posso ser penalizado por um erro político nesse leilão", afirmou.


A polêmica no certame ocorreu porque uma das corretoras que participaram é do ex-assessor de Neri, Robson Almeida de França, que também já foi sócio de Marcelo Geller, filho do ex-secretário. Segundo Neri, o filho e Robson já não são mais sócios, diferente do que foi divulgado pela imprensa. "Ele [Marcelo] categoricamente me falou que essa corretora [a que ele era sócio de Robson] não foi ativada do ponto de vista de operacionalização, não fez nenhuma operação, não participou de nenhum leilão, nem público e nem privado", explicou.

Segundo Geller, após encerrar a sociedade com Marcelo, Robson abriu uma outra empresa, a que participou do leilão do arroz. "[Ele disse] não deu certo com o Marcelo, eu abri a minha corretora e estou trabalhando, inclusive fazendo leilão na Conab desde o ano passado. O primeiro leilão ele ganhou sem eu estar no Ministério".

Ele ainda disse que se a empresa cumpriu todos os requisitos do edital, não há porque se falar em irregularidade. "O leilão é público, todos os que estão habilitado podem participar. Eu não posso proibir um profissional que está trabalhando de participar só porque trabalhou comigo quatro anos atrás. Se estiver ilegal, que seja punido com rigor".


Apesar de afirmar que não houve ilegalidade no leilão, Neri criticou a forma como o processo foi realizado, onde, em sua opinião, o setor deveria ter participado das discussões. "Se politizou muito o assunto em um momento difícil do rio Grande do Sul. Não estou falando que houve má-fé de ninguém, mas foi mal conduzido do ponto de vista político. Deveria ter ouvido mais o setor".

Confira a entrevista completa: 

 
 
 
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