A Escola Adventista em Cuiabá fechou um acordo para se livrar de uma condenação e irá pagar R$ 5 mil à família de um menino autista que tentou se matricular na instituição em 2020 e teve a vaga negada por sua condição. A homologação do acordo foi realizada pelo juiz Gleidson de Oliveira Grisoste Barbosa, da 5ª Vara Cível da Capital.
Segundo Keyla Zavareze Leonor, mãe de Bento, que hoje com 9 anos, ao entrar em contato com a escola havia vagas para o 1º ano do ensino fundamental, porém, quando tentou fazer a matrícula revelou que o menino se enquadra no transtorno do espectro autista (TEA), momento em foi informada de que não teriam mais vagas nas turmas.
Desconfiada do motivo para a recusa, ela pediu que uma amiga ligasse para a instituição. A mulher solicitou três vagas à escola, o que foi respondido de forma positiva, no entanto, perguntaram à amiga de Keyla se alguma das crianças tinha "condições especiais".
A oferta da escola de acordo ocorreu na segunda parte da audiência de instrução. Para a pedagoga, o acordo vai além do valor que será pago, mas servirá que outras crianças não passem pela mesma situação que o filho. "Não queria ganhar dinheiro e sim que a escola percebesse que eles erraram e para que outros pais não precisem passar por isso".
"Fiquei emocionada, não pelo dinheiro, que é irrisório, se comparado ao valor moral. A partir daí muitas mães podem pegar como exemplo para que não desistam. O sentimento foi de vitória, não minha, mas do Bento. Fiquei muito emocionada, chorei bastante", conta a mãe.