O dólar comercial fechou, nesta quarta-feira (26/6), com a maior cotação desde janeiro de 2022. Após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a área fiscal e a percepção de riscos elevada para o Brasil, a moeda apresentou o crescimento de 1,20%, chegando a R$ 5,519. A alta está acumulada em 5,11% no mês.
Especialistas apontam que esse aumento é fruto da desconfiança e do ceticismo relativos à condução das políticas econômicas do Brasil, no tocante à política fiscal e à política monetária, o que está levando a derrocada do real.
Outro motivo a ser levado em consideração foi a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, que mostrou aumento de 0,39% em junho, ante alta de 0,44% no mês anterior e abaixo do 0,45% esperado por analistas.
Nesta quarta-feira, o presidente lula editou o decreto que formaliza a adoção de uma meta contínua de inflação a partir de 2025, que prevê a prestação de explicação do Banco Central se a meta for descumprida por seis meses consecutivos.
Lula também acelerou a valorização da moeda norte-americana ao afirmar, em entrevista ao UOL, que garante “que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República. Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”. Este foi um dos temas mais sensíveis para o mercado nas últimas semanas.
Em relação ao cenário exterior, ainda persistem incertezas sobre o mercado externo, em especial depois que uma diretora do Federal Reserve (FED, banco central norte-americano) afirmou que os juros por lá devem permanecer altos por mais tempo. Na próxima sexta-feira (28/6), a inflação dos Estados Unidos será divulgada e a expectativa pode ou não ser confirmada.
O dólar fechou em R$ 5,518 para compra e R$ 5,519 para venda. A máxima do dia chegou a R$ 5,526.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,518
Venda: R$ 5,519
Dólar turismo
Compra: R$ 5,530
Venda: R$ 5,720