Após pressão, a comunidade escolar da Escola Estadual Prof. Alda Gawlinski Scopel, do município de Primavera do Leste (234 km de Cuiabá) recebeu a notícia na manhã desta sexta-feira (23/08), da suspensão do encerramento de turmas em educação de tempo integral, no Ensino Médio. A informação dada pela direção da escola foi repassada para os professores e grêmio estudantil em resposta à cobrança feita na semana passada pelos educadores, estudantes, mas também os pais.
Segundo a dirigente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Primavera do Leste, Gisele Leão, que foi convidada para participar da assembleia convocada pelo grêmio estudantil, todos estiveram muito apreensivos com os rumores anunciados de junção de turmas.
“Professores e estudantes ouviram que existia a intenção da Secretaria de Estado de Educação, por meio da Diretoria Regional de Ensino (DRE), de juntar as turmas dos 1º, 2º e 3º anos, inclusive com itinerários diferentes em uma só, pois as salas estariam com um número reduzido de alunos. Isso deixou a todos revoltados”, relata Gisele.
Uma das professoras que atua na escola disse que seria inviável, no segundo semestre, fazer arranjos desse tipo, pois prejudicaria a continuidade pedagógica dos itinerários, que trabalham com áreas distintas do conhecimento.
Para a dirigente sindical, essa junção de turmas impactaria até mesmo no quadro de profissionais efetivos da unidade, que cumprem 40 horas. “Com a junção os professores teriam menos horas trabalhadas tendo que completar a jornada em outras unidades, há quatro meses de finalizar o ano” destaca.
Não foram só os estudantes e professores que ficaram revoltados com a intenção do governo, mas os pais. A assembleia realizada pelos estudantes com a comunidade escolar contou com indignação dos pais. Uma manifestação postada nas redes sociais do governador e do secretário de estado Alan Porto, cobrava respeito à legislação e à educação. Um dos trechos dizia da indignação em relação à decisão de juntar turmas.
A manifestação dizia que várias legislações asseguram o direito de crianças e dos adolescentes serem ouvidos em questões que afetam a vida deles, incluindo as relacionadas à educação, e citou o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). O pai se dizia preocupado com a medida anunciada e sobre o impacto que teria na aprendizagem dos estudantes. Por fim, conclama “a educação dos nossos filhos precisa ser considerada”.
Apesar da vitória feita pela união e ação efetiva da comunidade escolar, com forte mobilização dos estudantes por meio do Grêmio Estudantil, o desmonte do governo ao projeto estabelecido na escola para itinerários formativos não está concluído. “Para o próximo ano, há prenúncios da retomada de novos ataques”, informa Gisele Leão.