Sete dos oito deputados federais de Mato Grosso assinaram o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, entregue essa semana ao Senado. Ao todo foram 152 assinaturas de parlamentares que solicitam a saída do ministro depois que vieram à tona mensagem que indicam o uso extraoficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar investigações contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os parlamentares de Mato Grosso assinaram a petição Abílio Brunini (PL), Coronel Assis (União), Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL) e Nelson Barbudo (PL), além das duas suplentes que estão no cargo, Gisela Simona (União) e Juliana Kolankiewicz (MDB).
O único da bancada a ficar de fora foi Emanuelzinho (MDB). Nacionalmente o pedido é encabeçado pelos deputados Bia Kicis (PL-DF), Carol De Toni (Pl-SC) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).
No documento entregue ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), os deputados afirmam que o ministro viola os direitos individuais e comete abuso de poder por interferir em questões que são de competência do Legislativo e do Executivo. Um dos fatores que aumentou a pressão sobre o caso foi o bloqueio do X (antigo Twitter), em 30 de agosto, após determinação do magistrado.
Além do pedido no Senado, foi aberto um abaixo-assinado público na internet para tentar fazer com que o documento avance e entre em votação pelos senadores. Até quarta-feira (11), já eram mais de 1,4 milhão de assinaturas que chamam as revelações sobre o ministro do "maior atentado à democracia já testemunhado pelo povo brasileiro", no qual Moraes "destruiu os pilares democráticos e descumpriu a Constituição Federal de 1988 de uma maneira nunca antes vista na história do Brasil".
No entanto, apesar dessa pressão da Câmara dos Deputados e de eleitores, o peso é mais simbólico do que prático. Isso porque os deputados não decidem sobre processos de impeachment e sim os senadores. Em meio à essa "saia justa", Pacheco afirmou aos parlamentares que tomará uma decisão com "critérios técnicos e políticos".