O ex-presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Bosaipo sofreu uma nova condenação em um dos processos oriundos da Operação Arca de Noé, que investigou o desvio de dinheiro público através da contratação de empresas "fantasmas". Desta vez ele terá que pagar R$ 3,6 milhões.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), nessa ação estava envolvida uma empresa que não tinha nem mesmo licença para funcionamento no final de 1990, mas, mesmo assim fechou contrato com a Assembleia e nunca prestou nenhum serviço.
Parte do dinheiro recebido era "devolvido" a Bosaipo e ao ex-deputado José Riva, que usavam os valores para o pagamento de dívidas de campanhas eleitorais de políticos mato-grossenses com o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro através da Confiança Factoring.
"Não há emissão de uma única nota fiscal em relação aos serviços prestados pela empresa, a qual sequer tinha autorização para emitir nota fiscal, documento essencial no procedimento de conferência da prestação do serviço/atesto e de empenho e pagamento, notadamente, quando se tratam de valores expressivos, que exigem modalidade licitatória mais complexa. Entretanto, está demonstrado que os requeridos não fizeram o mínimo do que se espera de um gestor público”, diz trecho da decisão da juíza Celia Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas.