No último sábado (14), um crime brutal abalou os moradores de Porto Esperidião (326 km a oeste de Cuiabá): a execução da candidata a vereadora Rayane Alves Porto, de 28 anos, e sua irmã Rithiele Alves Porto, 25 anos,que era influenciadora digital. Vídeo de uma câmera de segurança registrou o momento em que elas, o irmão e o namorado de Rithiely foram rendidos pelos criminosos e levados para o cativeiro.
Confira o que se sabe até o momento sobre o crime.
As vítimas
Os três irmãos alvos do Comando Vermelho eram de família circense que atua na região de Porto Esperidião há 32 anos. Rayane se filiou ao Republicanos em 2024 para concorrer ao cargo de vereadora, sua primeira iniciativa na política.
O crime
As quatro vítimas foram rendidas em uma festa na Beira Rio. Foram então levadas para uma casa e trancadas em um quarto, de onde os criminosos tiraram um por um para torturar.
O irmão das jovens assassinadas teve um dedo amputado, além da orelha esquerda retirada pelos faccionados durante a sessão de tortura. Antes de serem mortas, as mulheres foram agredidas e tiveram os cabelos cortados com faca.
O namorado de Rithiely foi quem conseguiu levar a Polícia até o local. Quando foi retirado do quarto para a tortura, fugiu da casa e procurou ajuda. Apesar do esforço, quando os agentes de segurança pública chegaram ao local as mulheres já estavam mortas.
Motivação
Segundo as investigações preliminares, o motivo do crime foi uma foto em que as irmãs aparecem fazendo o número 3 com as mãos, o que foi interpretado como uma alusão ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e visto como uma ofensa ao Comando Vermelho (CV), que ordenou o assassinato das mulheres.
"A priori a motivação seria essa foto. Eles pegaram as vítimas em uma festa na Beira Rio, na própria festa vasculharam os celulares das meninas e depois as conduziram para a casa. Enquanto torturavam, ligavam para familiares pedindo R$ 100 mil reais", explicou o delegado responsável pelo caso, Higo Rafael de Oliveira.
Mandante preso
A ordem para o homicídio das irmãs partiu de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), de um líder do Comando Vermelho conhecido como "Véio". Além da ordem, depois que os quatro jovens foram sequestrados, foi realizada uma chamada de vídeo para que a liderança acompanhasse as punições aplicadas. A sessão de tortura que terminou com a morte das irmãs durou cerca de três horas.
Prisões
Onze pessoas chegaram a ser detidas pelo crime, sendo sete adolescentes. De um foi descartada a participação e os quatro adultos - três homens e uma mulher - tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva pela morte e tortura das duas irmãs e pela tortura e tentativa de homicídio do irmão delas.