Sempre polêmico, o advogado Marcos Vinicius Borges decidiu entrar em uma nova controvérsia, dessa vez com a Câmara de Vereadores de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). Ele é candidato a vereador e tem entre suas propostas reduzir o salário dos parlamentares municipais para um salário-mínimo, que atualmente é de R$ 1.412.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Marcos Vinicius afirma que é "incoerente" ver um vereador "receber 15 vezes mais que um trabalhador comum". E que "política é serviço público e não carreira de luxo".
A partir de 2025, o salário de vereador em Sinop será de R$ 12,2 mil. Além da remuneração, cada um receberá mensalmente R$ 7 mil de verba indenizatória. Isso significa que a Câmara de Vereadores gastará no próximo ano R$ 318 mil por mês e R$ 3,8 milhão por ano somente com o salário dos parlamentares.
"Sinop alcançou o incrível número de 205 candidatos concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal de Vereadores. Mas, o que chama a atenção nesse grande número, é que em sua maioria são pessoas despreparadas ou buscam uma reeleição", criticou ainda na postagem.
Com o discurso de que "servir ao povo é privilégio e não uma profissão", Marcos Vinicius afirmou ainda que não usa fundo partidário para sua campanha, o que pode ser comprovado por sua declaração de receitas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Eu não uso dinheiro público. Não uso fundo partidário. Como cidadão fui o único dos candidatos que protocolou em requerimento ano passado para que houvesse uma fiscalização na Saúde de Sinop", disse ainda o advogado.
Marcos Vinicius ficou conhecido nacionalmente em 2023, quando ganhou o apelido de "advogado ostentação" por mostrar uma vida luxuosa nas redes sociais, sendo inclusive punido pela Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) por essa ostentação no perfil profissional.
Entre os casos polêmicos que ele assumiu está o do autor da chacina de Sinop, em fevereiro de 2023, quando sete pessoas foram mortas por causa de uma briga em um jogo de sinuca. Na época, ele negociou a entrega de Edgar Ricardo de Oliveira, já que o outro autor dos disparos já havia sido morto em confronto com a Polícia.
Cerca de um mês depois ele sofreu um atentado em seu escritório em Sinop, quando dois homens se disfarçaram de clientes para entrar no local. Ele chegou a levar um tiro no tórax, mas não ficou em estado grave.
Em seu currículo ele tem ainda a defesa do jornalista Lucas Ferras, acusado de agredir a namorada em uma festa da TV onde trabalhava, além de uma médica que foi afastada do cargo após a morte de uma criança na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.