Quinta-feira, 7 de novembro de 2024
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VEJA COMUNICADO

​Lojistas do Shopping Popular se revoltam após associação cobrar aluguel do mês do incêndio

Segundo documento divulgado aos comerciantes, o dinheiro é necessário para pagar a parcela da montagem da estrutura provisória.

Foto: Reprodução

​Lojistas do Shopping Popular se revoltam após associação cobrar aluguel do mês do incêndio
Lojistas do Shopping Popular, em Cuiabá, estão revoltados depois de terem recebido um comunicado da Associação dos Camelôs que administra o empreendimento, onde foram cobrados do pagamento do aluguel do mês de julho, mês em que ocorreu o incêndio que destruiu totalmente a estrutura. Segundo documento divulgado aos comerciantes, o dinheiro é necessário para pagar a parcela da montagem da estrutura provisória.

Em 15 de julho deste ano o Shopping Popular, que tinha quase 10 anos com a estrutura mais moderna, foi alvo de um incêndio acidental após um curto-circuito na parte elétrica. No local trabalhavam 600 lojistas, que pagavam a mensalidade da associação para a administração e pagamento das contas. Apesar dos altos valores arrecadados, quando ocorreu o incêndio o caixa estava zerado.

De acordo com o comunicado, entregue na última segunda-feira (21), além do pagamento da montagem da estrutura, o dinheiro será utilizado para quitar os salários dos funcionários (limpeza, manutenção e segurança), que estão há quatro meses sem receber, justamente por causa da falta de dinheiro em caixa.

Cada lojista pagava cerca de R$ 1,5 mil por mês de mensalidade, o que gerava uma arrecadação de mais de R$ 900 mil por mês. Ainda assim, sem dinheiro para as ações emergenciais, a associação pede que a parcela de julho seja paga o quanto antes, até que seja decidido o valor na nova taxa.

"(...) para que possamos seguir adiante, a associação precisa honrar esses compromissos. A estrutura provisória representa a esperança de retomar nossas atividades e reconstruir o que perdemos", diz trecho do comunicado.


Entre os lojistas a revolta é grande com a cobrança, isso porque a maioria deles perdeu todo o estoque no incêndio, com prejuízos que chegam a R$ 500 mil. Sem nem mesmo ter como voltar a trabalhar, os comerciantes alegam que é inviável o pagamento neste momento de dificuldade.

"Falaram que iam reconstruir a estrutura, mas, em nenhum momento nos avisaram que teríamos que pagar. Não fomos notificados da compra do material, não foram apresentados orçamentos. Tudo está muito obscuro. Lá é uma associação, tudo deveria passar por aprovação em assembleia geral, mas não foi isso o que aconteceu", reclama um dos comerciantes que pediu para não ser identificado por medo de retaliações.

Esse lojista contou à reportagem que, mesmo antes do incêndio, já havia tentado ter acesso ao balanço contábil da associação, mas recebeu apenas uma lista simples com o total dos gastos, sem que fosse feita nenhuma especificação de quais e quantos serviços eram prestados para justificar o gasto dos R$ 900 mil todos os meses.

Na época do incêndio vários políticos se comprometeram à ajudar os comerciantes, com promessas de envio de emendas parlamentares além de acesso a empréstimos com juros mais baixos. Três meses depois os lojistas ainda não receberam nenhum apoio e os poucos que tinham estoques fora do Shopping Popular trabalham de forma improvisada em tendas na lateral de onde funcionava a antiga estrutura.

 
 
 
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