Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
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CASO ZAMPIERI

​Dallagnol teme que investigação sobre esquema de venda de sentenças no STJ termine em 'pizza'

"O mais provável é que esse caso de corrupção no Judiciário seja anulado ou arquivado em relação aos ministros", afirmou Dallagnol

Foto: Reprodução

​Dallagnol teme que investigação sobre esquema de venda de sentenças no STJ termine em 'pizza'
O o ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol usou suas redes sociais nesta segunda-feira (4) para falar sobre as investigações do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o esquema de venda de sentenças descoberta após a abertura dos dados do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023.

O esquema, que envolvia até mesmo a redação das decisões para que os magistrados apenas publicassem, foi descoberto depois que o celular de Zampieri passou por perícia. Inicialmente os dados seriam analisados para auxiliar nas investigações da morte do advogado, no entanto, foram encontradas informações sobre as ilegalidades, com indícios de envolvimento até de ministros do STJ.

Para Dallagnol, a investigação contra os ministros não terá andamento e pode acabar em "pizza". "O mais provável é que esse caso de corrupção no Judiciário seja anulado ou arquivado em relação aos ministros. Porque o Brasil é o país da impunidade. Quando mais você sobe na escala de poder, menor a chance de serem punido".

 
Mesmo ainda não tendo sido encontradas provas concretas da participação dos ministros, Dallagnol defende que as investigações vão até o fim. "Até agora não surgiram provas robustas do envolvimento de ministro no STJ no esquema. Mas, têm alguns indícios preocupantes e que merecem ser investigados, como o relatório do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] indicando que o ministro do STJ recebeu dinheiro de um dos lobistas do esquema. E, segundo notícias recentes, teria aparecido o nome de um ministro do STF [Supremo Tribunal Federal]".

Ele enfatiza que até o julgamento em última instância todos devem ser considerados inocentes, no entanto, a falta de uma investigação de quem tem foro privilegiado demonstra a falta de impunidade para "os poderosos". 

"Parece muito improvável que existisse um esquema de corrupção amplo no coração do STJ envolvendo a venda de decisões judiciais por cifras milionárias em vários gabinetes inclusive com a entrega de decisões antes delas serem proferidas e depois elas serem publicadas exatamente iguais àquelas entregues pelos lobistas sem que nenhum ministro do Tribunal soubesse ou participasse disso", argumentou ainda no vídeo.

 
 
 
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