CORRUPÇÃO
Empresas envolvidas em esquema de fraudes em licitação receberam R$ 1,8 bilhão em 5 anos
O grupo era liderado por empresário que esteve envolvido no pagamento de propina durante a gestão de Silval Barbosa.
THALYTA AMARAL
08/11/2024 - 10:13
Foto: Reprodução
As quatro empresas que foram alvo da Operação Gomorra, deflagrada nesta quinta-feira (7), receberam R$ 1,8 bilhão nos últimos cinco anos em contratos com prefeituras do interior de Mato Grosso. O grupo era liderado pelo empresário Edézio Correa, que esteve envolvido no pagamento de propina durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
Segundo as investigações do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) os mesmos sócios eram donos das empresas Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática, Pantanal Gestão e Tecnoclogia Ltda e a Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda.
Essas empresas atuavam em vários setores, desde fornecimento de combustível, passando pela venda de materiais de construção até os produtos hospitalares para unidades de saúde. Apenas com a Prefeitura de Colniza foram pagos R$ 20,3 milhões para a Pantanal, a Centro América e a Saga.
O cruzamento de dados mostrou que essas empresas prestaram serviços para prefeituras de Diamantino, Água Boa, Primavera do Leste, Chapada dos Guimarães, Colíder, Brasnorte, Campinápolis, Barra do Bugres, Rosário Oeste, Poxoréu, Vila Rica, Aripuanã, Planalto da Serra, Confresa, Querência, Jaciara, entre outros.
Além de Edézio, foram presos sua esposa, Tayane Bueno, sua irmã Eleide Correa, além dos sobrinhos Roger Correa da Silva, Waldemar Barros e Janio Correa da Silva.
No caso de Barão de Melgaço, que foi a prefeitura que desencadeou a operação, foi constatado que desde 2020 ocorreram várias licitações que as empresas tinham como sócios integrantes da mesma família. Em um dos casos, houve ainda o aumento de mais de R$ 9 milhões na renovação de um desses contratos.