Um dia depois de afirmar à imprensa que o Comando Vermelho tentou interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, o prefeito eleito Abílio Brunini (PL) denunciou à Polícia Federal o suposto esquema onde três vereadores teriam recebido R$ 200 mil cada do Comando Vermelho para mudar os votos.
Já se declararam candidatos à presidência da Câmara Paula Calil (PL), que entrará em seu primeiro mandato e tem o apoio de Abílio, e Jefferson Siqueira, que conta com os votos dos atuais aliados do prefeito Emanuel Pinheiro. Além deles outros vereadores ensaiam lançar seus nomes para a Mesa Diretora.
"Eu já contei para o delegado, já contei para outra pessoa. Fiz isso de forma sigilosa, em proteção das pessoas, até que tenha a investigação correta. Agora eu vou falar com o secretário de Segurança Pública, vou falar com a delegada-geral da Polícia Civil e vamos seguir a nossa parte como eu sempre fiz", afirmou o prefeito eleito em entrevista nesta sexta-feira (8).
"Eu já fiz a minha parte, eu já expus isso. Entenda, expor essa situação até me protege fisicamente de toda essa situação. Isso já me protege para não ter risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra o Abílio", enfatizou.
Essa não é a primeira vez que a relação do Comando Vermelho com a Câmara é alvo de investigação. Em junho a Operação Ragnatela identificou a participação de um parlamentar municipal em um esquema de lavagem de dinheiro da facção, através de boates e casas de show, que movimentaram altos valores nos últimos anos.
Já em setembro essa ação teve um desdobramento, a Operação Pubblicare, em que o vereador Paulo Henrique (MDB) chegou a ser preso. Ele e outros servidores foram denunciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Segundo as investigações, o vereador liderava a quadrilha.