Sábado, 14 de dezembro de 2024
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DEPOIMENTO

​'Ninguém morre de graça', diz autor da Chacina de Sinop condenado a 136 anos de prisão

Por causa de uma briga por um jogo de sinuca, Edgar Oliveira e Ezequias Ribeiro mataram sete pessoas.

Foto: Reprodução

​'Ninguém morre de graça', diz autor da Chacina de Sinop condenado a 136 anos de prisão
Condenado a 136 anos de prisão por ter matado sete pessoas no crime que ficou conhecido como Chacina de Sinop, Edgar Oliveira não mostrou pena das vítimas em seu depoimento, que continua repercutindo mesmo um mês após a sentença. Um trecho do depoimento divulgado pelo site UOL mostra pouca empatia dele com as vítimas. "Ninguém morre de graça".

O crime foi cometido em 21 de fevereiro de 2023. Por causa de uma briga por um jogo de sinuca, Edgar Oliveira e Ezequias Ribeiro mataram sete pessoas, entre elas uma menina de 12 anos, com vários tiros. Eles fugiram e Ezequias acabou morto em confronto com a Polícia.

O julgamento foi realizado em outubro deste ano, com condenação de 136 anos, 3 meses e 20 dias pelos crimes de homicídio qualificado com motivo torpe, meio cruel e que resultou em perigo comum, recurso que dificultou a defesa da vítima e vítima menor que 14 anos, além do concurso de pessoas, roubo e emprego de arma de fogo.

Nesta semana, Edgar entrou com um recurso contra a pena recebida. Ele é representado por um defensor público, já que seu advogado, Marcos Vinicius Borges, o "Advogado Ostentação", abandonou o caso próximo do julgamento. O assassino continua preso.

Em seu depoimento ele se revoltou contra a pena por roubo, o que afirma que não aconteceu. "Eu nunca fui bandido, não roubei ninguém, não assaltei ninguém. Eu fico ouvindo dizer que estou sendo taxado como assaltante, me sinto envergonhado, isso destrói o meu ego".



O empresário tentou usar a falta de antecedentes criminais para aliviar a pena recebido, mas não convenceu o Tribunal do Júri. "Sempre quis andar certo. Desde menino, nunca tive passagem [criminal] na minha vida inteira, foi só trabalhando de sol a sol. Olha o tanto que trabalhei a minha vida para ser um homem íntegro".

Edgar ainda alegou que foi ameaçado pelo dono do bar, o que motivou o crime e não a perda no jogo de sinuca. "Eu ia no bar, levava R$ 30 mil, não me importava, tinha meu ganho fora, era empresário. Ele [dono do bar] saiu andando e falou: 'sabendo que você é bravo, olha o que eu tenho para você'. E levantou a camiseta, mostrou a coronha de um revólver e foi andando de costas para dentro do bar".
 
 
 
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