Uma decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (21), manteve a ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que investiga a morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023.
O processo foi questionado por Andreson Gonçalves, acusado de ser "lobista", e que foi envolvido no caso após terem sido extraídas as conversas do celular de Zampieri. Nas mensagens, Andreson atua como o responsável por negociar com magistrados a compra de sentenças favoráveis aos clientes da organização criminosa.
Ele alegou o direito ao sigilo profissional para que os dados que não tivessem ligação com o assassinato não fossem usados em outras investigações. Andreson pediu ainda que o processo no CNJ fosse anulado por esse motivo, assim como as demais investigações iniciadas a partir dessas informações.
"Para além disso, infere-se, destes autos, que a extração e análise dos dados constantes do aparelho celular do advogado Roberto Zampieri foram previamente determinadas por decisão judicial. Nesse contexto, ressalto que a inviolabilidade profissional do advogado não é absoluta. Ela também não se estende a coautores ou partícipes dos crimes nos quais o advogado seja um dos investigados", diz trecho da decisão.
Por causa do suposto envolvimento no esquema, Andreson foi alvo da Operação Ultima Ratio, deflagrada em outubro, que investigou o esquema de venda de sentenças. Na ação policial cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foram afastados, incluindo o presidente do Judiciário, Sérgio Fernandes Martins.