O vale alimentação "extra" de R$ 10 mil é concedido há anos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e, portanto, não deve ser devolvido. A informação é do presidente do Sindicato do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sindjusmat), Rosenwal dos Santos. Neste ano o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que os valores pagos fossem devolvidos por magistrados e servidores.
Apenas em 2024 o "vale-peru", como ficou conhecido o bônus, teve o impacto de R$ 50 milhões. O extra foi pago em dezembro, em parcela única, aumentando de R$ 2 mil para R$ 10 mil o vale alimentação no Judiciário. O caso foi denunciado ao CNJ, que suspendeu o pagamento, mas, como o "extra" já havia sido depositado no banco, não havia como suspender a ação.
No entanto, o que parecia um caso isolado, já é parte do calendário do TJMT. Em vídeo divulgado pelo presidente do Sindjustmat, ele afirma que os servidores receberam de "boa-fé" o extra que era pago anualmente e com o qual todos já contavam.
Eles foram comunicados por e-mail que terão descontadas 13 parcelas de R$ 617 dos salários para a devolução do benefício. "É uma notícia muito triste. Embora eu não concorde com essa devolução, já estou comunicando que tomarei medidas junto ao Conselho Nacional de Justiça para esclarecer os fatos", afirmou o sindicalista.
"Nosso departamento jurídico está estudando o caso e buscará os meios necessários para compreender esses pagamentos. Vamos combater a devolução de algo que recebemos de boa fé", argumentou ainda.