O governador Mauro Mendes (União) decidiu "abrir mão" de receber R$ 38 milhões do Governo Federal para não ter que disciplinar a Polícias Militar e Civil com relação ao uso de armas em ocorrências. Ele ainda chamou a verba de "dinheirinho".
Para receber o recurso para compra de armas e equipamentos, os Estados deverão adotar medidas para reduzir a letalidade das forças de segurança pública. Entre as restrições está a proibição do uso de armamentos caso a pessoa em fuga esteja desarmada.
"No meu estado eu já adianto: prefiro deixar de receber esse dinheirinho a ter que seguir uma regra que eu acredito que não vai ajudar na estratégia de melhorar o ambiente de segurança para o cidadão e para a sociedade", afirmou Mendes em entrevista à rádio Jovem Pan.
Mesmo com o déficit de policiais - foi realizado um concurso, mas poucos foram chamados por causa da falta de dinheiro em caixa para aumentar a folha de pagamento -, Mauro recusou a ajuda do Governo Federal. Entre os índices negativos do Estado está o município com a maior taxa de estupros do Brasil, Sorriso (420 km ao norte e Cuiabá).
"A Segurança Pública, a Polícia Militar, a Polícia Penal, a Polícia Civil que nós bancamos com o dinheiro do Estado é muito, mais muito maior do que esse dinheirinho que eventualmente deixaria de vir", enfatizou o governador.
"É uma minoria, zero vírgula alguma coisa por cento dos policiais com desvio de conduta. A grande maioria é de cidadãos de vem que trabalham para prover segurança pública em todos os estados e todas as cidades brasileiras", argumentou ainda.