Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
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Avião e helicóptero colidem no ar nos EUA e autoridades não esperam achar sobreviventes

A FAA informou que pelo menos 300 socorristas foram mobilizados para as buscas, com barcos e refletores iluminando o local do impacto.

Foto: Reprodução

Avião e helicóptero colidem no ar nos EUA e autoridades não esperam achar sobreviventes
Um avião da American Airlines, com 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu na noite de quarta-feira, 29, com um helicóptero militar com três soldados enquanto se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, nos Estados Unidos.

Segundo a NBC, mais de 30 corpos foram recuperados do rio Potomac. O chefe dos bombeiros e serviços de emergência de Washington, D.C., John Donnelly, afirmou não acreditar na existência de sobreviventes. 

Segundo Donnelly, às 20h48 no horário local, a torre de controle do Aeroporto Ronald Reagan emitiu um alerta sobre a colisão, acionando uma resposta imediata das equipes de emergência. À medida que a gravidade do acidente ficou clara, cerca de 300 socorristas foram mobilizados para a operação. O acidente provocou uma grande operação de busca e resgate no rio Potomac, aonde partes das aeronaves caíram.

 
Ainda não se sabe o que causou a colisão. O tráfego aéreo no aeroporto foi suspenso enquanto equipes de resgate buscavam possíveis sobreviventes. Mergulhadores e helicópteros de diferentes agências de segurança participaram da operação.

O presidente Donald Trump disse que foi informado sobre o acidente e declarou: “Que Deus abençoe suas almas.”

A Federal Aviation Administration (FAA), agência que regula a aviação nos EUA, informou que o acidente ocorreu pouco antes das 21h (horário da Costa Leste). O avião, um Bombardier CRJ-701 fabricado em 2004 e com capacidade para até 70 passageiros, havia decolado de Wichita, no Kansas.

O voo 5342 da American Airlines estava a aproximadamente 400 pés (cerca de 120 metros) de altitude e a 140 milhas por hora (225 km/h) quando perdeu altura rapidamente sobre o rio Potomac. O transponder da aeronave parou de transmitir cerca de 2.400 pés antes da pista de pouso.

Minutos antes da colisão, a torre de controle pediu que os pilotos do jato mudassem a aproximação para a pista 33 do aeroporto. Segundo registros de áudio, um controlador de tráfego aéreo questionou se o helicóptero via a aeronave comercial se aproximando e instruiu: “PAT 25, passe atrás do CRJ.” Segundos depois, os dois veículos colidiram.

A FAA informou que pelo menos 300 socorristas foram mobilizados para as buscas, com barcos e refletores iluminando o local do impacto. O chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, John Donnelly, classificou a operação como “altamente complexa” devido às condições adversas da água e do vento.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou pesar pelo acidente e garantiu que a companhia está priorizando o apoio aos passageiros, familiares e equipes de resgate.


O Departamento de Defesa e a FAA abriram investigações para entender as circunstâncias da colisão. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que as Forças Armadas já iniciaram uma apuração interna. O recém-nomeado secretário de Transportes, Sean Duffy, garantiu que sua equipe fornecerá todos os recursos necessários.

Quem estava a bordo do avião

Um grupo de patinadores artísticos, seus treinadores e familiares estavam a bordo do voo 5342 da American Airlines, informou a Federação de Patinação Artística dos Estados Unidos. Alguns atletas russos também estavam na aeronave.

"A U.S. Figure Skating pode confirmar que vários membros da nossa comunidade de patinação estavam infelizmente a bordo do voo 5342 da American Airlines, que colidiu com um helicóptero ontem à noite em Washington, D.C.", disse a organização em um comunicado publicado pela imprensa local, segundo a agência de notícias EFE.

Esses atletas, treinadores e familiares retornavam do Acampamento Nacional de Desenvolvimento, realizado em conjunto com o Campeonato de Patinação Artística dos EUA, em Wichita, Kansas.

"Estamos devastados por esta tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas muito perto de nossos corações. Continuaremos monitorando a situação e divulgaremos mais informações assim que estiverem disponíveis", completou a nota.

De acordo com a agência estatal russa TASS, a ex-patinadora Inna Volyanskaya, medalhista de bronze na patinação em dupla no campeonato da União Soviética, estava entre os passageiros da aeronave.

Além disso, o canal de Telegram "Shot" afirmou que o patinador russo Maxim Naumov também estava a bordo do voo.

Histórico de acidentes na região

O aeroporto de Reagan National, localizado às margens do Potomac, é conhecido por sua proximidade com o centro de Washington, o que torna seu espaço aéreo um dos mais monitorados do mundo.

A colisão remete ao acidente de 1982, quando um avião da Air Florida caiu no rio Potomac após a decolagem, matando 78 pessoas. Esse desastre foi causado por más condições meteorológicas, ao contrário da noite do acidente desta quarta-feira, que registrava temperatura amena de 15°C, embora com rajadas de vento de até 40 km/h.

A última tragédia envolvendo uma companhia aérea dos EUA ocorreu em 2009, quando um Bombardier DHC-8 caiu próximo a Buffalo, Nova York, matando 50 pessoas.

Pentágono abre investigação sobre acidente
O Pentágono anunciou que iniciou uma investigação oficial para apurar as causas da colisão, sendo este o primeiro grande desafio do recém-nomeado secretário de Defesa, Pete Hegseth.

As principais linhas de investigação incluem:
 
  • Possível falha de comunicação entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo, uma vez que o espaço aéreo sobre Washington, D.C., é rigidamente controlado.
  • Problemas técnicos nos sistemas de alerta e prevenção de colisões das aeronaves.
  • Fatores climáticos e a possível influência das condições meteorológicas na noite do acidente.

Segundo a Bloomberg, os investigadores esperam recuperar rapidamente as caixas-pretas das aeronaves para esclarecer o que levou à colisão.


A colisão aérea gerou preocupação sobre a segurança do espaço aéreo em Washington, D.C., uma das regiões mais vigiadas dos EUA. O incidente paralisou temporariamente as operações do Aeroporto Ronald Reagan, impactando centenas de voos domésticos e internacionais.

Além disso, o acidente reforçou debates sobre a segurança operacional de aeronaves militares e civis compartilhando o mesmo espaço aéreo.

Especialistas apontam que, embora colisões aéreas sejam raras, o crescimento da movimentação aérea e a presença constante de aeronaves militares em áreas urbanas podem exigir novas regulamentações para evitar tragédias semelhantes.

As operações de resgate e recuperação dos destroços continuam, enquanto autoridades federais e militares trabalham para entender o que levou à colisão. O governo dos EUA deve apresentar um relatório preliminar nas próximas semanas, com as primeiras conclusões sobre o acidente.
 
 
 
 
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